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Cidades

Covid-19: Ômicron responde por 93% dos casos no AM

De 589 casos analisados pela Fiocruz Amazônia, 547 eram da variante Ômicron; taxa de transmissão alta causou aumento de casos

Covid-19: Ômicron responde por 93% dos casos no AM

Foto: Tácio Melo/Secom

MANAUS, AM – Chegada a Manaus ainda nos primeiros dias de 2022, a variante Ômicron já responde por 93% dos casos de covid-19 no estado do Amazonas. O alto índice de casos e a alta porcentagem demonstra que a transmissão do vírus com a nova variante já é comunitária, e não mais importada. A informação foi confirmada em nota técnica do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde do Amazonas (Cievs-AM), nesta quarta-feira (19).

A alta detecção no número de casos veio após a análise genômica de amostras de testes de covid-19 pelo Instituto Leônidas e Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia). A instituição analisou 589 amostras, e destas, 547 eram da variante Ômicron. 504 casos foram detectados em Manaus, 24 no interior do Amazonas e 19 de outros estados.

No interior do Amazonas, o relatório de vigilância genômica apontou que os casos identificados são de residentes em Itapiranga (5), Manacapuru (4), Parintins (4), Beruri (2), Itacoatiara (2), Iranduba (1), Apuí (1), Atalaia do Norte (1), Autazes (1), Lábrea (1), Nhamundá (1) e Urucará (1).

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A análise considera sequenciamento de amostras coletadas entre 31 de dezembro de 2021 e 8 de janeiro de 2022, processadas pelo Laboratório Central de Saúde Pública do Amazonas (Lacen-AM), coordenado pela FVS-RCP, e encaminhada à Fiocruz Amazônia para realização de sequenciamento genético.

A Ômicron é considerada como “variantes de preocupação” (VOC) pela Organização Mundial da Saúde (OMS), e apresenta evidências de induzir quadro clínico mais grave e aumentar a transmissibilidade da doença, principalmente, em não vacinados.

“A alta transmissibilidade da variante Ômicron tem causado um expressivo aumento no número de contaminados em todo o Brasil, nos últimos dias. Aqui são mais de 5.000% de aumento. Apesar dessa alta transmissibilidade, a Ômicron não parece provocar tantos quadros graves, comparado à variante Gama que nos atacou em janeiro do ano passado. O número de internações e óbitos deixa isso bem claro. As internações aumentaram cerca de 100%”, avalia o secretário de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM), Anoar Samad.

E acrescenta que é preciso manter os cuidados básicos, como uso de máscara, distanciamento e uso de álcool gel, para o Amazonas atravessar esse momento sazonal de circulação de outros vírus. “Não esqueçam: o importante é você completar o esquema vacinal. Provocar menos casos graves não significa não provocar casos graves. Vamos ficar atentos”, recomenda Anoar Samad.

Transmissão comunitária

A diretora-presidente da FVS-RCP, Tatyana Amorim, acrescenta que, conforme relatório de Vigilância Genômica emitido pela Fiocruz Amazônia, os novos casos detectados de covid-19, pela Ômicron, não são de passageiros desembarcados em Manaus, vindos de regiões com transmissão comunitária da variante, nem de pessoas que tenham tido contato com esses viajantes.

“Estamos em transmissão comunitária pela Ômicron e os primeiros casos foram importados de áreas endêmicas para essa linhagem. Foram pessoas detectadas nos postos de testagens instalados nas portas de entrada do Estado. Mas, atualmente, não é mais possível dizer o local de contaminação do infectado”, afirmou Tatyana, referindo-se ao Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, Rodoviária de Manaus e Porto de Manaus.

Os três pontos estratégicos de testagens de detecção de covid-19 em passageiros desembarcados em Manaus serão desativados temporariamente a partir desta quarta-feira (19/01). Segundo a diretora-presidente da FVS-RCP, a estratégia foi fundamental para identificar, em tempo oportuno, as variantes em circulação no Amazonas, à medida em que as linhagens foram sendo identificadas em outros estados brasileiros com maior circulação de passageiros.

Tatyana Amorim destaca que a entrada de passageiros infectados com a Ômicron, vindos de outros estados brasileiros, não ocasionará mudança no perfil epidemiológico da infecção no Estado.

“A testagem de passageiros cumpriu o papel. Não há outra variante de preocupação no mundo que possa representar uma ameaça externa ao Amazonas no atual cenário. As equipes de saúde que estavam nos pontos estratégicos de testes vão ser realocadas para fortalecimento de frentes de trabalho nos centros de testagem descentralizados”, afirma a diretora-presidente da FVS-RCP.

(*) Com informações da assessoria.

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