
(Foto: Divulgação/SSP-AM)
Manaus (AM) – Duas famílias foram encaminhadas a um abrigo e à delegacia após uma ação de fiscalização flagrar crianças sendo exploradas em semáforos e vias movimentadas de Manaus, na noite da última quarta-feira (30). A operação integra a “Caminhos Seguros”, iniciativa nacional coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), com foco na proteção de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade.
Conduzida por órgãos de segurança e assistência social, a ação buscou coibir a mendicância e o trabalho infantil. Segundo a delegada Juliana Tuma, titular da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), há casos em que os próprios responsáveis expõem os menores deliberadamente para sensibilizar motoristas e arrecadar dinheiro.
“O objetivo é proteger essas crianças de situações vexatórias. Toda a rede de proteção está mobilizada para garantir seus direitos”, afirmou a delegada.
A fiscalização também incluiu ações educativas. De acordo com o psicólogo Eduardo Machado, da Secretaria Executiva de Crianças e Adolescentes (Sejusc), equipes realizaram abordagens psicoeducacionais e distribuíram materiais informativos para orientar a população sobre como denunciar casos de violação de direitos.
A Operação Caminhos Seguros ocorre em todos os estados ao longo do mês de maio e visa fortalecer as políticas públicas de proteção à infância no país.
13 crianças usadas em mendicância são resgatadas em Manaus
Em fevereiro deste ano, durante operação em seis pontos da cidade, a Semasc resgatou 13 crianças exploradas em semáforos e conduziu responsáveis à delegacia. A ação contou com apoio da Depca, Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM) e conselheiros tutelares.
Autoridades identificaram adultos usando crianças que não eram seus filhos. Na ocasião, a Prefeitura de Manaus prometeu intensificar as fiscalizações. A campanha “Não dê esmola! Combata o trabalho infantil” segue ativa em Manaus.
Trabalho infantil atinge 1,6 milhão de crianças e adolescentes no Brasil
Em 2023, 1,607 milhão de crianças e adolescentes de 5 a 17 anos estavam em situação de trabalho infantil no país, segundo o IBGE. Apesar da queda de 14,6% em relação a 2022, o dado ainda preocupa. A maioria dos casos envolve adolescentes de 16 e 17 anos e ocorre em atividades perigosas ou prejudiciais à saúde. A região Norte tem o maior índice proporcional (6,9%). A renda média desses jovens é de R$ 771 — abaixo da média nacional.
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