Manaus, 28 de abril de 2024
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Crianças praticam SUP com pranchas de garrafas PET em Rio Preto da Eva

Crianças praticam SUP com pranchas de garrafas PET em Rio Preto da Eva

As garrafas PET que antes poluíam o balneário do Rio Preto da Eva (município distante a 80 quilômetros de Manaus), agora recebem um destino ecologicamente correto. É que há dois anos, o atleta de Stand Up Paddle (SUP), Raimundo Nonato Cláudio Ferreira, 33 anos, criou a Escola de SUP Rio Preto, onde constrói pranchas a partir das garrafas de plástico que antes eram jogadas nos rios.

O tempo mínimo de decomposição de uma garrafa PET é de, no mínimo, cem anos. Ela é um dos principais vilões que poluem os rios e igarapés do Amazonas. “Como não temos apoio para comprar as pranchas para ensinar as crianças, comecei a pesquisar na internet e descobri que podia fabricar as pranchas de garrafa PET”, destaca Raimundo Nonato.

A prancha ecológica desenvolvida pelo atleta é bastante resistente e tem vida útil bem maior que as pranchas convencionais que são construídas com a tecnologia epoxy ou de poliuretano. Essas pranchas são mais leves, porém, são mais frágeis e têm um preço elevado. Uma prancha convencional pode chegar a R$ 3 mil, o que fica inviável para o projeto social da escolinha de Rio Preto.

“Para quem treina todo dia, a prancha convencional não resiste muito tempo. Por isso, meu sonho com o projeto é de comprar pelo menos dez pranchas para que as crianças possam competir em campeonatos estadual e nacional. Já as pranchas de PET ficariam apenas para o treino”, explica Ferreira.

Projeto social

Além de ajudar a preservar o meio ambiente, a Escola de SUP Rio Preto também mantém cerca de 30 crianças que aprendem sobre o esporte e que sonham em um dia poder competir em grandes campeonatos da modalidade.

“A ideia de montar a escolinha de SUP surgiu quando eu ficava aqui no balneário treinando e daí, as crianças vinham e me pediam para dar um volta na prancha. Então, um dia resolvi fazer um projeto social e, junto com a minha esposa que é pedagoga, fomos até as escolas da cidade e convidamos as crianças e os pais para conhecerem o projeto da escola de SUP. Daí as crianças começaram a aparecer. Começamos com cinco e agora já são cerca de 30 crianças que participam do projeto”, conta o atleta.

Raimundo Ferreira reforça que, antes da escola existir, as crianças ficavam só pulando da ponte no rio, correndo risco de acidentes e ficando exposta a todo tipo de situação. “Com a escolinha de SUP, elas (crianças) treinam no mínimo, três vezes por semana e também sempre conversamos com os pais delas que são quem nos ajudam a manter o projeto, já que não recebemos apoio de ninguém. Muitas vezes, tiramos dinheiro do próprio bolso para manter o projeto”, revela o professor de SUP.

A estudante Maria Clara Fernandes Benedito, 9 anos, está há quatro meses na escola SUP Rio Preto e diz que gosta muito do esporte. “Gosto do SUP porque é um esporte muito legal, gosto de tudo aqui. O professor e a professora são muito legais. Eu gosto muito de remar e fico assistindo aos campeonatos de SUP. Um dia quero participar de um grande campeonato”, revela a pequena atleta.

Mas, na escola não basta apenas gostar de SUP. Segundo a pedagoga do projeto, Valcira Mendes, 34 anos, as crianças precisam estar com boas notas na escola para poder participar do SUP.

“Queremos crianças disciplinadas para que possam se tornar atletas disciplinados e isso é para a vida toda deles. Por isso, damos total apoio para que elas mantenham notas boas na escola e tenham bom desempenho assim como no esporte”, ressalta a professora.

As crianças não pagam nada para participar do projeto Escola de SUP Rio Preto. No entanto, a escola precisa de apoio para comprar os equipamentos para que as crianças possam competir em campeonatos oficiais. Quem tiver interesse em ajudar o projeto basta entrar em contato pelo telefone (92) 99298-3478.