Manaus, 2 de maio de 2024
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Artigos & Opinião

Criptorquidia (Ausência do testículo na bolsa escrotal)

Criptorquidia (Ausência do testículo na bolsa escrotal)

Criptorquidia ou Criptorquia (de Cripto, caverna, esconderijo + orquis Testículo) é a condição médica na qual não houve uma descida correta do testículo da cavidade abdominal (onde se desenvolve na vida intrauterina) para a bolsa testicular (escroto).

Causas, incidência e fatores de risco

A criptorquidia é muito comum em bebês prematuros e afeta de 3 a 4% dos bebês que nascem em tempo. Aproximadamente 65% dos testículos descem por volta dos nove meses de gestação. Quando o testículo é palpável no escroto, considera-se que desceu, ainda que possa estar retrátil posteriormente. O testículo retrátil ocupa o escroto, mas ocasionalmente (e temporariamente) retorna ao canal inguinal, por ação da força do reflexo muscular (reflexo cremastérico), que retrai os testículo antes da puberdade.

Esta condição não requer nenhum tratamento, pois normalmente, corrige-se de modo espontâneo, antes da adolescência, sendo considerada uma variante normal. O testículo que não desce até o primeiro ano de idade deve ser avaliado com cuidado, sendo nesta idade aconselhada uma cirurgia definitiva para reduzir a probabilidade de lesão testicular permanente. Os testículos que não descem de forma natural ao escroto, são considerados anormais para o resto da vida do paciente, e têm maior probabilidade de desenvolver atrofia, infertilidade e até câncer.

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Quadro Clínico

Em geral, a criptorquidia não apresenta sintomas, exceto quando o testículo abdominal apresentar alguma complicação, como infecção (orquite) ou neoplasia (câncer). O diagnostico é realizado pelo exame clínico, durante o qual o testículo não é detectado no escroto. Os exames de imagem (ultra-sonografia, tomografia computadorizada e ressonância nuclear magnética) podem auxiliar na localização do testículo criptorquídico.

Tratamento

Geralmente, o testículo desce a bolsa testicular (escroto) no primeiro ano de vida, sem ser necessária intervenção. Depois do primeiro ano de vida pode tentar-se a utilização de injeções hormonais (B-HCG ou testosterona) e se não houver resultado, é recomendado a cirurgia corretiva, denominada orquidopexia (método definitivo e de eleição, pelas razões acima descritas), que atualmente pode ser realizada por técnicas minimamente invasivas (sem cortes e com rápida recuperação) como por exemplo a videolaparoscopia.

Prof.Dr.:Giuseppe Figliuolo – Urologista