Manaus, 7 de maio de 2024
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Manaus, 7 de maio de 2024

Cidades

Curados da Covid-19 em Manaus comentam sobre a doença

A pedagoga, Valdenizia Cavalcante, o Sargento da PMAM, Lennon Barroso e o Autônomo, José Waltercy venceram o coronavírus.

Curados da Covid-19 em Manaus comentam sobre a doença

Paciente Valdenizia Cavalcante Albuquerque recebendo alta do Hospital de Campanha Gilberto Novaes. Foto: Ingrid Anne / HCM

No Amazonas, são mais de 6.782 pessoas ‘curadas’, ou seja, que já passaram pelo período de transmissão.

O Amazonas 1 entrevistou três pessoas que tinham o vírus e contam como foi passar por essa doença.

A família do sargento da Polícia Militar, Lennon Barroso, 38, se assustou ao ver que todos estavam com os sintomas da Covid-19, até a bebê de dois meses ficou doente.

“Na segunda quinzena do mês de março, minha esposa sentiu todos os sintomas da Covid-19, durante uma semana. Eu senti somente dor nos olhos por dois dias. Meu enteado de 11 anos sentiu dor de barriga por um dia. Minha bebê, de 2 meses, ficou sem apetite e dor de barriga por dois dias também. Como minha esposa está amamentando e está com imunidade mais baixa, teve uma reação mais forte que os outros membros da família”, disse.

A confirmação da doença veio há uma semana atrás, quando todos fizeram o teste particular. “[..] há uma semana atrás, fizemos o teste no particular, tivemos a preocupação de buscar um exame que fosse homologado pelo Ministério da Saúde. Nós já estamos fora do período de transmissão. O IGG positivo indica que você já está com os anticorpos memorizados pelo seu corpo e não transmite mais a doença”, comentou.

Quando foram confirmados os casos no Amazonas, a família começou a se prevenir usando máscaras, antes da determinação municipal e aumentando a imunidade com vitaminas e chás.

“Na época, estávamos tomando vitamina C todos os dias, Vitaminas de A a Z e chás que vendem no supermercado (camomila, hortelã, capim santo…)”, disse.

Para o sargento há duas hipóteses de como contraíram o vírus, e é enfático em afirmar que a contaminação ocorreu por falta de conscientização da população.

“Somente eu saio de casa para ir ao trabalho ou supermercado, usando máscara constante e álcool em gel, sempre. Porém se uma pessoa contaminada não usar, não ajuda muito, pois é o contaminado que mais se faz necessário o uso da máscara. A segunda hipótese de contaminação foi quando minha mulher foi uma vez à drogaria, depois que ela estava saindo do local, uma atendente disse que um cliente afirmou que estava com Covid-19 e pode ter deixado o vírus por lá”, comentou.

Para o Sargento da PM, o comportamento da população não irá mudar.

“Infelizmente, vendo o atual comportamento aqui em Manaus, nada vai mudar após a pandemia. Na verdade, quando o surto iniciou aqui, fui usar máscara imediatamente e quando ia em drogarias, observava os próprios atendentes rindo de quem usava máscaras. Isso mostra que mesmo apanhando, as pessoas não aprendem. Usar máscara é pensar no outro, e isso não vemos aqui. Portanto essa consciência coletiva não vai melhorar”, disse.

O autônomo, José Waltercy de Araújo Lima, 61 anos, não sabe como contraiu a Covid-19, visto que tem cumprido o isolamento social. Ainda sim, Waltercy ficou seis horas sem parar de tossir.

“Não tenho a mínima ideia de como peguei, estou confinado, sem nenhum contato fora de casa. Os cuidados continuam, até acabar com esse surto. Foi complicado, tive muita sorte, fiquei com tosse oito horas da noite até duas da madrugada sem parar, acredito que seja um grande milagre, uma mãozinha de Deus, não fiquei com falta de ar e não abalou o meu pulmão”, disse.

Para o Sr. José, por ser idoso, tanto ele quanto a família pensavam que não iria sobreviver à doença. “A família só suspeitava [ da Covid-19] e estavam todos aflitos entrando em clima de pânico, era quase certo eu não escapar”, comentou.

A pedagoga, Valdenizia Cavalcante Albuquerque, 57 anos, ficou internada nove dias no Hospital de Campanha Gilberto Novaes, teve alta no último domingo, 10, e pôde ir comemorar o Dia das Mães em casa.

Valdeniza não sabe como contraiu a doença. “Não faço ideia de como peguei, tive febre alta, de 38 graus, dor no corpo, falta de ar, sem paladar, dor de cabeça e suor frio”, disse.

A pedagoga é muito grata pelo atendimento no hospital: “Fiquei nove dias internada, um atendimento nota mil, todos os profissionais de muita excelência, não tenho palavras para agradecer”, comentou.

Lockdown

Dois dos três entrevistados são a favor do loockdown na capital amazonense.

“Sou contra, pois como já pesquisei, a média de 85% dos infectados são assintomáticos. Preocupo-me como as pessoas vão se sustentar sem que possam trabalhar. Sou a favor do uso obrigatório de máscara com punição para quem não usar”, disse o Sargento, Lennon Barroso.

“A respeito do lockdown, eu sou a favor, porque o displicente contamina o vulnerável”, comentou o autônomo, José Waltercy de Araújo Lima.

“Sou a favor, espero que tudo volte ao normal, eu me preocupo com economia do Brasil e com a perda escolar”, disse a pedagoga, Valdenizia Cavalcante.

Falta de conscientização

Entre os entrevistados, a falta de conscientização da população é unânime e só faz aumentar a transmissão do vírus.

“Vendo as pessoas nas ruas sem máscaras e aglomeradas, em feiras, por exemplo, fico espantado. Elas não acreditam que possam ser contaminadas. O que posso dizer é que acredite, cuide-se, não espere alguém da sua família morrer, pois graças à bandidagem política local, não há muita coisa que o SUS local possa fazer para ajudar”, disse o Sargento da PMAM, Lennon Barroso.

“Ela é real, é um vírus mortal, somente Deus e bons profissionais e um excelente hospital para vencer. Era para ter consciência, mas eles são desobedientes, não entendem que a luta é contra o invisível, eu lamento essa falta de conscientização”, comentou a pedagoga, Valdenizia Cavalcante.

“Depende de cada um, porque você que é novo e fica perambulando na rua, não está se dando conta que o velhinho que tá lá, reservado, guardadinho, seguindo tudo direitinho, está adquirindo essa doença através de você, tome consciência, os velhinhos têm que ter muitas histórias para contar, assim como eu.Cuidem-se, máscara, álcool em gel, o que for necessário”, comentou o autônomo, José Waltercy de Araújo Lima.