Manaus, 29 de março de 2024
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Cenário

David Reis bloqueia comentários nas redes sociais após embargo de ‘puxadinho’

Após repercussão negativa, embargo de 'puxadinho' e suspensão de aluguel de 41 picapes, Reis não quer ler opiniões dos internautas nas redes

David Reis bloqueia comentários nas redes sociais após embargo de ‘puxadinho’

MANAUS, AM – Após o embargo judicial para barrar a construção de “puxadinho” de R$ 32 milhões, na Câmara Municipal de Manaus (CMM), por meio de liminar concedida nessa sexta-feira (17), pelo juiz Marcelo da Costa Vieira, do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM), o presidente da Casa Legislativa, David Reis (Avante) bloqueou o acesso dos usuários para fazer comentários em suas postagens nas redes sociais.

Em vez de se pronunciar sobre o ocorrido que teve grande repercussão nas mídias e deixar a população comentar seus posts, o parlamentar optou por bloquear qualquer tipo de opinião, quer seja ela positiva ou negativa, conforme print feito no Instagram de David pela equipe de reportagem do Portal AM1.

Leia mais: Barrado: Justiça manda suspender ‘puxadinho’ de R$ 32 milhões da CMM

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Com isso, David impede que os internautas que têm acesso às suas redes sociais façam novos comentários ou leiam os anteriores.

Porém, não foi só o embargo judicial do “puxadinho” que deixou o parlamentar um tanto quanto “irritado” nas redes. A pressão dos vereadores Amom Mandel (sem partido) e Rodrigo Guedes (PSC) sobre o aluguel dos 41 veículos modelo picape também pode ter provocado essa reação, pois David Reis recuou no processo licitatório e suspendeu a futura contratação.

A suspensão foi publicada no Diário Oficial da Casa nessa sexta-feira (17), todavia, não foi assinada por David, mas pela pregoeira responsável pelo que seria um certame, Helen Grace Costa Sena.

sem comentários

Já no Facebook de Reis, o qual não é possível bloquear os comentários, os usuários dessa rede social estão tecendo inúmeros elogios e o parabenizam pelo trabalho realizado pelo parlamentar.

Para o advogado e analista político Carlos Santiago, a postura do presidente da CMM vai na contramão da realidade social pela qual passa o país e, principalmente, a cidade de Manaus, com os efeitos da pandemia da covid-19 e demais problemas.

“O presidente da Câmara, ele preside um poder de representantes da sociedade, ele não representa os próprios vereadores, não! E a sociedade não quer privilégios para vereadores não, ela quer que a Câmara de Vereadores faça, de fato, o seu trabalho, suas atribuições, propor leis para melhorar a vida das pessoas e fiscalizar os atos do Poder Executivo Municipal. A postura, até agora, da Mesa Diretora da Câmara é uma postura dissociada do cotidiano, da situação social e econômica, não só do país, principalmente da cidade de Manaus. É como se fosse o ‘país das maravilhas’, o país da bonança para todos, e isso não está acontecendo. “Manaus tem muitos problemas e 41 vereadores foram eleitos para buscar uma solução para os problemas, como: transporte coletivo; saúde básica; educação fundamental; mobilidade urbana; falta de habitação”, comentou Carlos.

O sociólogo disse, ainda, que soluções para cidade são praticamente ‘engavetadas’ todos os dias na CMM, enquanto o Parlamento tem um custo muito alto para Manaus, além de muitos privilégios aos parlamentares.

“Eles não foram eleitos para aprovar e viver em torno de privilégios. A Justiça já deu um sinal de que não concorda com o comportamento da maioria dos vereadores da CMM. O presidente da Câmara, eleito pelo prefeito David Almeida, pela bancada de apoio dele, tem que ser realista, mais humilde e entender a situação daqueles que ele representa no Parlamento. A CMM custa muito caro ao contribuinte, tem vereadores com enormes privilégios, então cabe a ela buscar representar, de fato, a sociedade e não apenas os interesses dos seus próprios membros. A sociedade não aceita mais essa forma de conduzir a Câmara como está sendo feita por David Reis”, enfatizou.

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