
(Foto: Danilo Mello/Aleam)
Manaus (AM) – Os deputados da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) discutem uma proposta para reduzir os dias de sessões plenárias, eliminando as atividades de quinta-feira e concentrando os trabalhos apenas às terças e quartas-feiras. A justificativa apresentada é a necessidade de mais tempo para que os parlamentares possam visitar o interior do estado.
O debate ocorre em um momento sensível, com as eleições gerais se aproximando — ainda que falte cerca de um ano e meio para o pleito. Isso levanta questionamentos sobre o real objetivo da mudança, que pode ser interpretado como uma estratégia para facilitar movimentações políticas e fortalecer bases eleitorais.
Durante um evento com o governador Wilson Lima (UB) e prefeitos do interior, realizado nesta quinta-feira (6), no Centro de Convenções Vasco Vasques, bairro Flores, zona Centro-Sul, o deputado estadual Dr. Gomes (PODE), presidente da Comissão de Direitos Humanos, Pessoa com Deficiência e Promoção Social, defendeu a proposta e negou que haja redução no tempo de trabalho. Segundo ele, a mudança apenas redistribuiria a carga horária.
“Não é dois dias por três dias. Vamos trabalhar a quantidade de horas, permitir nos três dias de sessão para adequar o compromisso dos parlamentares, intercalando a atuação na capital com o interior. Precisamos estar presentes nos municípios para oferecer uma nova dinâmica. Essa é a ideia. Iremos trabalhar na terça e na quarta, tanto pela manhã quanto à tarde, para atender as leis do interior. Então, não há desperdício de recursos; é apenas uma ideia. E, evidentemente, a imprensa e o povo poderão acompanhar nossas atividades”, comentou.
Já o deputado Rozenha (PMB) minimizou a mudança, argumentando que a carga horária das sessões será ampliada e que não haverá prejuízo para a atividade parlamentar:
“Na minha opinião, não vai haver prejuízos, porque a carga horária será dobrada. Acredito que a decisão busca dar mais tempo para os deputados planejarem suas ações, visitarem suas bases e trazerem demandas que precisam ser atendidas. Mas ainda estamos resolvendo isso. A princípio, acho a ideia interessante. Por mim, se trabalhamos de manhã, à tarde e até a noite, dependendo das demandas, não haveria problema. Se colocassem sessões de segunda a sábado, também não haveria problema. Mas essa é uma ideia que ainda está sendo discutida no Parlamento, e não vejo impedimento em trabalhar em dois períodos às quartas-feiras”, explicou.
Críticas
A notícia não agradou alguns políticos, entre eles, o vereador Rodrigo Guedes (PP), que já deixou claro que vai buscar uma vaga na Aleam em 2026. Ele ironizou a proposta dos deputados.
“Cara, acabem logo com as sessões, melhor, pelo menos vai economizar energia do plenário”, critica o vereador de segundo mandato.
Apesar das justificativas, a proposta gera polêmica, uma vez que a redução dos dias de sessão pode impactar a fiscalização do Executivo estadual e o andamento de projetos legislativos.
Além disso, o argumento de que os deputados precisam de mais tempo para visitar suas bases eleitorais reforça a percepção de que a mudança atende a interesses políticos, especialmente em um ano pré-eleitoral.
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