Derrotados, ex-vereadores tentam reconquistar eleitores e voltar ao poder 

Manaus (AM) – A disputa pelas 41 cadeiras da Câmara Municipal de Manaus (CMM), no próximo domingo (6), tem nomes de ex-vereadores que tentam a todo custo voltar ao poder.  Entre eles Álvaro Campelo, Socorro Sampaio, Reizo Castelo Branco e Henrique Oliveira.

Inclusive, Reizo e Henrique Oliveira já foram campeões de votos em pleitos passados, mas acabaram caindo em descredito da população. Filho do ex-deputado federal Sabino Castelo Branco, Reizo venceu pela primeira vez o cargo para a CMM em 2008. No segundo mandato, em 2012, ele foi campeão de votos, com 18.109. Em 2016, chegou ao terceiro mandato. E em 2018, foi candidato a deputado federal, conquistou 44.789 votos, mas não foi eleito.

A última tentativa de voltar ao poder foi em 2020, mas falhou. No entanto, o filho de Sabino Castelo Branco não ficou sem emprego, logo em seguida, ele foi nomeado como diretor do Departamento de Difusão Cultural da Manauscult.

Tenta apagar a imagem desgastada 

Outro que tenta retomar a confiança dos eleitores é Henrique Oliveira, que já foi eleito vereador com uma votação expressiva. O feito ocorreu na eleição de 2008, quando Amazonino Mendes foi eleito prefeito de Manaus. Naquela disputa à CMM, ele foi o mais votado do pleito com 35.518 votos.

Na eleição seguinte, em 2010, ele se elegeu deputado federal com 85.535 votos. Além disso, tentou a Prefeitura de Manaus em 2012, mas não logrou êxito. Henrique ainda estava exercendo o mandato de deputado federal (2011-2015), quando renunciou para assumir o cargo de vice-governador do Amazonas, em 1º de janeiro de 2015, na chapa de José Melo.

Foi aí que a imagem de Henrique Oliveira começou a ficar desgastada. Isso porque o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cassou a chapa Melo/Henrique, em maio de 2017, sob acusação de compra de votos.

 

Henrique Oliveira ainda tentou ser governador do Amazonas, em 2020, quando disputou o pleito, que consagrou a reeleição de Wilson Lima.

Já Álvaro Campelo passou pelo Poder Legislativo municipal duas vezes, sendo eleito vereador em 2012 e reeleito em 2016. Em 2018, assumiu como deputado estadual, permanecendo até dezembro de 2022 no cargo. Ele até tentou a reeleição, mas foi derrotado. Conhecido por sua atuação em defesa dos consumidores e causas sociais, mas também enfrentou desafios para manter sua base de apoio em eleições seguintes​.

Socorro Sampaio teve dois mandatos na CMM, eleita em 2008 e reeleita em 2012. Durante sua passagem, destacou-se por projetos voltados à proteção de crianças e adolescentes, como a criação de uma comissão na Câmara para combater abusos em casas noturnas. Ela também atuou em prol de mulheres vítimas de violência, tendo ocupado cargos na área de políticas afirmativas para mulheres. No entanto, após sair da Câmara, sua imagem política enfraqueceu, e tem em vista reaver o apoio do eleitorado​.

A irmã da ex-deputada federal Conceição Sampaio, após deixar a CMM, foi subsecretária de Políticas Afirmativas para as Mulheres – subordinada à Secretaria Municipal da Mulher, Assistência Social e Cidadania – Semasc, entre 2017 e 2020.

Uso da mídia

Curiosamente todos os candidatos têm uma coisa em comum: o uso da mídia como trampolim político. Eles chegaram a apresentar programas de TV e Rádio com cunho comunitário, ganhando a simpatia do público.

Reizo, por exemplo, seguiu os passos do pai, conhecido pelo programa “A Voz da Esperança”, “Programa do Sabino Castelo Branco” e por fim “Programa Sabino e Reizo Castelo Branco”, nesse último, os dois apresentando juntos. Aproveitando a grande audiência e influência do programa, o ex-vereador caiu na graça dos manauaras.

Do mesmo jeito, Henrique Oliveira chegou a comandar programas na TV, o último foi o “Fogo Cruzado”. Um programa popular com quadros de solidariedade e brincadeiras valendo prêmios.

Álvaro Campelo comandou o “Cidade Urgente” por anos, deixando-o em evidência.

Já Socorro Sampaio se destacou na TV ao lado de sua irmã, Conceição Sampaio, com o programa “Câmera 13”. Atualmente, elas apresentam o programa Fala Aí, na FM do Povo.

Cenário não é favorável 

Segundo o cientista político e advogado Carlos Santiago, é extremamente desafiador para ex-vereadores sem mandato ou relevância política recente retornarem ao parlamento municipal. Aqueles que já estão fora do cenário político enfrentam dificuldades para recuperar espaço, especialmente por estarem sem articulações relevantes e sem o suporte da máquina pública.

“Além disso, os vereadores em exercício, que são candidatos à reeleição, possuem vantagens consideráveis. Eles têm acesso a verbas de gabinete, que permitem a contratação de assessores e comunicadores, além de utilizarem a verba indenizatória para despesas como alimentação, combustíveis, aluguel de veículos e consultorias. Esses recursos dão uma vantagem significativa aos atuais legisladores em relação a quem está fora do parlamento ou busca entrar pela primeira vez”, disse.

 

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