Manaus, 24 de abril de 2024
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Cenário

Direita no Amazonas caminha para novo racha em 2022

A polarização pode estar ligada à divergência entre interesses ideológicos e pessoais, além da busca excessiva pelo apoio de Bolsonaro

Direita no Amazonas caminha para novo racha em 2022

Em 2020, nenhum dos candidatos da direito obteve êxito no pleito Foto: Divulgação

MANAUS (AM) – O início da articulação dos políticos de direita no Amazonas já começa a dar indícios de um “racha” e um possível fracasso nas eleições gerais de 2022 no estado. O desgaste pode estar ligado à busca excessiva pelo apoio político do presidente da República e a divergência entre interesses ideológicos e pessoais.

Nas últimas eleições, os partidos de direita protagonizaram uma grande polarização durante as corridas eleitorais. A situação ficou ainda mais ampla durante o pleito municipal de 2020, quando pelo menos quatro dos 11 candidatos a prefeito eram de direita, Alberto Neto (Republicanos), Coronel Menezes (Patriotas), Chico Preto (sem partido) e Romero Reis (sem partido). No entanto, nenhum conseguiu consolidar seu nome no segundo turno da disputa.

A pouco mais de um ano das eleições gerais, em que devem ser disputadas vagas para a Assembleia Legislativa, Câmara dos Deputados, Senado Federal, governo estadual e Presidência da República, os políticos e partidos de direita começam a se articular e preparar possíveis candidaturas, entretanto, as tentativas devem resultar novamente na separação dos políticos da ideologia e a possibilidade de conquistarem as eleições deve seguir baixa, conforme explicou o cientista político Carlos Santiago.

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“A direita nunca esteve unida. No entanto, nunca se viu uma polarização da ideologia tão forte como agora, os candidatos não estão alinhados, os projetos divergem e o interesse deixou de ser ideológico e passou a ser pessoal. Todos buscam ser eleitos, mas possuem origens similares, nas urnas acaba que todos têm poucos votos e não são eleitos. Se continuarem assim, perderão espaço nas eleições do ano que vem”, comentou.

Outro ponto que deve desfavorecer os possíveis candidatos é a busca excessiva pelo apoio do presidente Bolsonaro. Em 2020, o presidente demorou a definir um candidato que levaria seu apoio e acabou sinalizando, mesmo que discretamente, sua força ao Coronel Menezes.

“Se os candidatos caírem no mesmo erro de 2020, de formarem uma campanha baseados no apoio do presidente, podem não ter eficácia no pleito. O presidente poderá estar muito ocupado em sua campanha e não definir um apoio ou definir de maneira tardia. É necessário traçar novas estratégias de apoio. Uma eleição para Senado, Câmara e Assembleia exige bem mais que apenas um apoio político”, disse Santiago.  

Solução

Para o especialista, o modo mais eficaz de garantir vários nomes eleitos seria a direita se unir e alinhar suas propostas, puxando apoio de forma coesa. Mesmo que pareça difícil no primeiro momento, seria o mais inteligente a ser feito.

“Unidos, todos os candidatos teriam visibilidade. Os partidos emplacariam vários candidatos nas vagas pleiteadas para o ano que vem – seria uma estratégia inteligente e alinhada. No entanto, é quase impossível de acontecer, todos estão em busca de sustentar seus próprios interesses”, finalizou.

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