Brasília (DF) – O dólar segue em alta frente o real na manhã desta terça-feira, 12, alinhado ao exterior e com um incômodo persistente no mercado de câmbio com a demora do pacote de corte de gastos do governo Lula. Os investidores olham também a ata do Comitê de Política Monetária (Copom), dados de varejo e o ajuste positivo da curva dos Treasuries.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deixou há pouco a sede da Pasta em direção ao Palácio do Planalto, onde participa de reuniões com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ministros da área social.
Conforme a agenda do presidente, o primeiro compromisso é com Luiz Marinho, ministro do Trabalho, às 9 horas. Na sequência, eles conversam com os ministros da Previdência, Carlos Lupi, e Desenvolvimento Social, Wellington Dias, a partir das 10h. Essas reuniões, em tese, não tratarão do corte de gastos.
Ontem à noite, Haddad já havia comentado que teria reuniões ao longo desta terça-feira e disse também que Lula pediu para incluir mais um ministério na discussão sobre o corte de gastos, em encontro que ocorrerá nesta tarde. O Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) e o Estadão apuraram que se trata do Ministério da Defesa. Ainda segundo Haddad, a negociação sobre as medidas de ajuste deve ser concluída até amanhã.
Vendas no comércio
As vendas do comércio varejista subiram 0,5% em setembro ante agosto, na série com ajuste sazonal, ficando perto do piso das estimativas do mercado (+0,2% a +3,0%), com mediana positiva de 1,4%. Na comparação com setembro de 2023, sem ajuste sazonal, as vendas do varejo tiveram alta de 2,1% em setembro de 2024. Nesse confronto, as projeções iam de uma alta de 1,7% a 5,9%, com mediana positiva de 3,7%. As vendas do varejo restrito acumularam crescimento de 4,8% no ano, que tem como base de comparação o período homólogo. No acumulado em 12 meses, houve alta de 3,9%.
Na ata, o Banco Central mencionou a necessidade de garantir sustentação ao arcabouço fiscal. O colegiado disse que a percepção dos agentes de mercado sobre a dinâmica de gastos e a sustentabilidade do arcabouço tem impactado expectativas e preços de ativos. Essa menção explícita à importância das regras fiscais para a sustentabilidade da dívida é uma novidade desta ata. Além disso, no parágrafo 12, o comitê voltou a enfatizar que a visão de que o esmorecimento no esforço de reformas estruturais e disciplina fiscal, o aumento de crédito direcionado e as incertezas sobre a estabilização da dívida pública têm o potencial de elevar a taxa de juros neutra da economia.
Às 9h29, o dólar à vista subia 0,11%, a R$ 5,7850. O dólar futuro para dezembro ganhava 0,23%, a R$ 5,7935.
(*) Por Silvana Rocha (Estadão Conteúdo)
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