Manaus, 7 de maio de 2024
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Política

Dono da Havan insiste em atacar Folha de S. Paulo e pede boicote ao PagSeguro

Dono da Havan insiste em atacar Folha de S. Paulo e pede boicote ao PagSeguro

O empresário Luciano Hang, que ficou conhecido nas rede sociais nos últimos meses, após apoiar o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), está causando polêmica na internet. Mais uma vez, o dono da Havan está pedindo boicote à Folha de S. Paulo.

Em outubro, o empresário gravou um vídeo em que intimidava para não votarem na esquerda. No final de outubro, Hang disse em uma entrevista que “petista não aguenta trabalhar na minha empresa”.

Logo após Bolsonaro ser eleito, o empresário anunciou R$ 500 milhões em investimentos e a abertura de 20 lojas no Brasil, afirmando que a expansão se deve à vitória de Bolsonaro.

Nas suas redes sociais, o dono da Havan mostra ser um eleitor fanático por Bolsonaro e anti-petista. No dia 30 de outubro, Hang fez até um velório do comunismo, com direito a caixão, coroa de flores e cortejo.

Nos últimos dias, Luciano Hang vem fazendo diversos ataques ao jornal Folha de S. Paulo em suas redes sociais.

No dia 25 de outubro, Hang acusou o DataFolha de fazer pesquisas para influenciar negativamente Jair Bolsonaro. ”Vamos trabalhar e se possivel boicotar, folha, globo e todos estes que são contra o Brasil. Só pensam em dinheiro”.

No dia 27 de outubro, Luciano Hang publicou um vídeo em que aparece colocando fezes em cima do jornal impresso da Folha de S. Paulo, dizendo que o jornal não serve para nada e é o próprio cocô. (Assista vídeo abaixo)

https://twitter.com/luciano_hang/status/1056191736601559041

Nesta quinta-feira, 1, Luciano Hang convidou seus seguidores a boicotarem a máquina de cartão ‘PagSeguro’, que pertence a Folha de S. Paulo, criando a campanha #PagSeguroNão, que chegou a ser um dos assuntos mais comentados no Twitter.

”Para micro e pequenos empresários, existem muitas outras alternativas no mercado de pagamentos. O mesmo vale para os consumidores na hora de escolher o seu pagamento. Escolha uma empresa com credibilidade, valores e propósito iguais o seu”, diz Hang, tentando influenciar seus seguidores a não aderirem a máquina de cartão.

MÁQUINA DE FAKE NEWS

Em 18 de outubro, o jornal Folha de S. Paulo publicou reportagem denunciando empresas de marketing digital custeadas por empresários estariam disseminando fake news em milhares de grupos do aplicativo em prol de Jair Bolsonaro. Entre essas empresas está a Havan, rede de lojas de Luciano Hang.

A prática é ilegal, pois se trata de doação de campanha por empresas, vedada pela legislação eleitoral, e não declarada.

A Folha apurou que cada contrato chega a R$ 12 milhões. Os contratos são para disparos de centenas de milhões de mensagens no aplicativo WhatsApp.

AMEAÇAS À FOLHA DE S. PAULO

Dias antes das eleições no segundo turno, o jornal Folha de S. Paulo chegou a pedir proteção à polícia, pois seus funcionários estavam sendo ameaçados por apoiadores de Bolsonaro.

A jornalista Patrícia Campos Mello, responsável pela matéria de disparos no WhatsApp, chegou a receber ameaças de agressão física por telefone. Seu WhatsApp foi hackeado e passou a enviar mensagens favoráveis a Bolsonaro.

Patrícia também recebeu centenas de mensagens nas redes sociais das quais participa e por e-mail.

ATAQUES DE BOLSONARO

Durante entrevista ao Jornal Nacional, no dia 29 de outubro, Bolsonaro atacou a Folha de S. Paulo mais uma vez: ”Por si só, esse jornal se acabou”.

Bolsonaro também afirmou que se depender dele, a imprensa que se ‘comportar’ como a Folha, não terá recursos do governo federal.