Manaus, 25 de abril de 2024
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Manaus, 25 de abril de 2024

Cidades

Bares e restaurantes de Manaus anunciam demissão em massa de 10 mil trabalhadores

Abrasel acompanhou, hoje, a homologação das demissões e afastamento dos trabalhadores da categoria

Bares e restaurantes de Manaus anunciam demissão em massa de 10 mil trabalhadores

Foto: Reprodução

O presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Fabio Cunha, anunciou, nesta segunda-feira (8), a demissão em massa de cerca de 10 mil funcionários do setor. Segundo ele, essa é a única solução encontrada por empresários, tendo em vista o cenário provocado pela pandemia de covid-19, em que bares e restaurantes encontram-se fechados por conta das restrições impostas em decreto estadual desde dezembro do ano passado para evitar a proliferação do vírus.

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A Abrasel esteve, hoje, no Sindicato Laboral, localizado no Centro de Manaus, acompanhando empresários na realização da homologação das demissões e afastamento dos trabalhadores da categoria.

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“Estamos aqui no sindicato para trazer nossos avisos prévios, fazer uma negociação das rescisões. Nós estamos agora vendo que esse é o único caminho e única solução, porque desde o ano passado, em março, nós viemos sofrendo, fomos duramente impactados no setor da alimentação fora do lar”, lamentou Fabio Cunha, presidente da Associação.

Para ele, janeiro de 2021 foi o pior mês de toda a pandemia para os empresários e trabalhadores do serviço. No entanto, ainda foi possível evitar algumas perdas.

“Dezembro, que era um mês para recuperação dos prejuízos, nós fomos novamente proibidos de trabalhar. E janeiro foi o pior mês da pandemia, porque os empréstimos venceram junto com as dívidas. E mesmo assim, nós conseguimos salvar os empregos dando férias coletivas”, disse.

O decreto estadual de fechamento do comércio não essencial, no Amazonas, foi retomado no dia 26 de dezembro, devido ao aumento no número de casos de covid-19, e dura até hoje. Antes disso, bares e restaurantes funcionavam com restrição apenas no horário de funcionamento.

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“Só que agora, em fevereiro, nós não temos ainda nenhuma data concreta de retorno, nós não temos como nos planejar e, por isso, a única solução para todos são as demissões, infelizmente. Nós conhecemos cada choro por trás dos colaboradores, cada choro também por trás dos empresários que estão fechando suas empresas sem ter nenhum auxílio do governo federal nem municipal, nem estadual, a gente não vê uma outra solução”, desabafou.

Pedidos

Fabio Cunha afirmou que espera respostas do governo federal e estadual sobre medidas que possam ajudar o setor de alimentação fora do lar. “Nós também esperamos uma resposta do governo federal com a continuação da suspensão dos contratos de trabalho, já que seria a única saída para socorrer o nosso setor”, diz.

Segundo ele, o objetivo é que o Governo do Amazonas crie um planejamento de retorno das atividades diferenciado para a categoria, uma vez que, de acordo com Fabio Cunha, o ‘desemprego pode ser pior que a pandemia’.

“Entregamos uma carta ao governador também, planejando as fases para o setor do comércio e da alimentação fora do lar. Porque o que nós estamos vendo agora é que está sendo criado um outro problema, que é o desemprego e aumento da violência, isso aí tem que ser desassociado da questão dos hospitais, da quantidade de leitos. O comércio tem que ter uma solução para ele, o setor da gastronomia tem que ter uma solução para o retorno das atividades de forma controlada e segura, mas é preciso retornar. O desemprego pode ser pior que a própria pandemia”, finalizou.