Manaus, 19 de maio de 2024
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Manaus, 19 de maio de 2024

Brasil

Doria afirma ‘medidas impopulares’ para tentar frear coronavírus

Temendo um colapso no sistema de saúde no estado de São Paulo, o governador João Doria (PSDB) deve anunciar, nessa quinta-feira (11), o endurecimento nas medidas de distanciamento social

Doria afirma ‘medidas impopulares’ para tentar frear coronavírus

Foto: Divulgação / Governo de São Paulo

Temendo um potencial colapso no sistema de saúde no estado de São Paulo, o governador João Doria (PSDB), deve anunciar nessa quinta-feira(11) o endurecimento nas medidas de distanciamento social.

“Nossos hospitais estão chegando no limite máximo de ocupação. Temos de adotar medidas mais duras de distanciamento social. Vou honrar o cargo que ocupo, mesmo que isso custe minha popularidade. Vocês me elegeram para cuidar de vocês, não para cuidar de mim”, afirmou o governante em suas redes sociais.

Ele não detalhou as medidas, que estão sendo discutidas em reunião no Palácio dos Bandeirantes. Na mesa estão itens como maior restrição para circulação de pessoas, toque de recolher, restrição ao horário dos serviços essenciais, fechamento de escolas, suspensão de atividades como jogos de futebol e cultos religiosos e a criação de um comitê de emergência para a crise.

O estado está desde sábado(6) na chamada fase vermelha do Plano SP de reabertura econômica, na qual apenas serviços essenciais permanecem abertos e há restrições para atividades. Até aqui, não foi suficiente para parar o contágio do novo coronavírus.

“É uma decisão dura, impopular, difícil. Me solidarizo com todos. O Brasil está colapsando, e se nós não frearmos o vírus, não será diferente em São Paulo”, disse o governador.

endurecimento das medidas é consequência do colapso em curso no sistema de saúde paulista, um dos mais avançados do país, sob o peso do aumento de casos e óbitos relacionados à circulação de variantes mais transmissíveis e talvez letais do Sars-CoV-2.

Ao todo, o estado já teve 62.570 mortes desde o começo da pandemia, declarada como tal há exato um ano pela Organização Mundial da Saúde.

A situação foi definida por Doria como “dramática”. Em duas semanas, o número de pessoas internadas em terapia intensiva saltou de 6.657 para 8.872, indicando uma saturação do sistema de saúde. O tucano determinou a abertura de novos leitos em regime de urgência, mas o temor é de que eles não cheguem a tempo.

A ocupação de UTIs no estado todo está em 83%, segundo dados do governo. A falta de comprometimento da população com medidas restritivas em épocas de festas recentes, como Natal e Carnaval, piorou a situação. Há também resistência por parte do comércio não essencial, que tenta driblar as restrições.

Na terça-feira (9),  já sob a fase vermelha desde o sábado, apenas 43% dos paulistas estavam isolados, segundo o rastreamento por dados celulares do governo.

Para epidemiologistas, 60% é um índice desejável para coibir a circulação do vírus – índice que nunca foi atingido, fora em alguns dias, desde o começo da pandemia no estado. O Palácio dos Bandeirantes se diz satisfeito se conseguir chegar a 50% de pessoas em isolamento.

Contribuindo para piorar a situação, a lentidão da vacinação, cortesia da falta de iniciativa e coordenação por parte do governo federal. O mercado vive escassez dos produtos e de seus insumos para a fabricação dos imunizantes.

 

(*)  Com informações da Folhapress