Recentemente, fui eleito pelo Prêmio Congresso em Foco como o melhor deputado federal de 2021. Quero dividir essa honraria com o povo amazonense, com minha família e com meus colegas parlamentares. Muito emocionado, na solenidade escolhi contar uma história no lugar de fazer um discurso.
A história começa com um casal do interior do Ceará que, para fugir da fome, migra ao interior do Amazonas, ao distante Paraná do Aduacá. Dona Mariinha e seu Manoel José, depois, resolveram rebocar sua casa flutuante até a frente da cidade de Parintins para que os filhos pudessem estudar, a única forma de oferecer um futuro a eles.
Como não existia universidade no interior do Amazonas, o filho deles, Umberto, foi para Manaus, mas havia dois problemas que o impediriam de estudar: a falta de dinheiro e de dentes. Envergonhado, foi trabalhar para comprar uma dentadura.
Umberto se formou em Direito na Universidade Federal do Amazonas, casou com a professora Graça e teve quatro filhos. Mas acabou falecendo de infarto durante uma partida de futebol, com o filho mais velho, Marcelo, então com 12 anos, à beira do campo.
Nesse dia, prometi à minha mãe que ela poderia contar comigo e que viveria para servir de exemplo aos meus irmãos mais novos. Conto essa história porque, num dia desses, presidindo a sessão da Câmara, recebi uma mensagem emocionada da minha mãe por estar na cadeira onde Ulisses Guimarães promulgou a Constituição de 1988.
Isso é simbólico e motivo de orgulho para mim. As Constituições limitam a transformação das maiorias em tirania da maioria sobre a minoria, estabelecem a media que pacifica a sociedade e a transforma em democracia. Nesse momento sensível do nosso país, me solidarizo com o povo brasileiro que sofre e reafirmo o meu compromisso de seguir sendo verdadeiro instrumento de transformação na vida das pessoas.
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