Manaus, 8 de maio de 2024
×
Manaus, 8 de maio de 2024

Cenário

Economista diz que Zona Franca é ‘aberração’; políticos do AM rebatem

Alexandre Schwartsman foi duramente criticado pelos políticos que afirmaram falta conhecimento por parte do economista ao se referir à ZFM.

Economista diz que Zona Franca é ‘aberração’; políticos do AM rebatem

Parlamentares (Foto: Divulgação/Alem/Suframa/TV cultura e Instagram)

Manaus (AM) –Na última terça-feira (24), durante um debate sobre a seca, o economista Alexandre Schwartsman criticou a Zona Franca de Manaus (ZFM), classificando-a como uma “aberração”. Após a fala, políticos do estado responderam à crítica, chamando Schwartsman de “mau-caráter” e pedindo para ele buscar uma compreensão mais aprofundada sobre o modelo da autarquia.

Em entrevista à TV Cultura, Schwartsman, ex-diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central do Brasil, argumentou que a localização do Polo Industrial de Manaus (PIM) é distante do centro consumidor e isso acaba prejudicando a economia nacional.

“Por que diabos a indústria está lá (em Manaus) e o centro consumidor está aqui? É porque tem uma aberração chamada Zona Franca de Manaus (ZFM), que depende todos os modais. Se fosse num lugar que ficasse perto do mercado consumidor a gente não estaria passando por isso”, criticou.

Após as declarações, políticos do Amazonas não hesitaram em rebatê-lo de maneira incisiva. O deputado estadual Sinésio Campos (PT) rotulou Schwartsman como “nazista e mau-caráter”, acusando-o de priorizar a preservação da Amazônia em cima da falta de dignidade da população local.

“Cara de nazista, mau-caráter e sem vergonha. Vem para cá, bandido! É esse tipo de gente que quer tirar cada moeda, mas querem ter a floresta amazônica preservada e esquecem que [aqui] existem homens e mulheres que precisam viver com dignidade. São esses que querem tirar os incentivos fiscais da ZFM na reforma tributária […]. Fora a esses caras que são contra a ZFM”, disse o parlamentar.

Falta de conhecimento

O colega de bancada, Wilker Barreto (Cidadania), considerou as declarações do economista como “infelizes” e anunciou a intenção de encaminhar um requerimento à TV Cultura, alegando que pessoas sem conhecimento não deveriam ocupar espaços como articulistas em canais abertos.

“Sou norteado por falas que tenham conteúdo e qualidade. O Amazonas não pode ser norteado, me permita a franqueza, por fala de um imbecil. Aquele economista desconhece o posicionamento estratégico que tem no nosso estado. Desconhece a importância da Zona Franca”, disse o deputado.

O deputado federal Saullo Vianna (UB) também entrou na discussão, defendendo veementemente a Zona Franca de Manaus na tribuna da Câmara – ele rebateu as críticas de Schwartsman, destacando que o modelo de desenvolvimento econômico proporciona oportunidades de trabalho e renda para os mais de quatro milhões de habitantes do Amazonas.

“No Amazonas, moram mais de quatro milhões de habitantes, com direito de ter trabalho, renda, de se alimentar e ter sua cidadania respeitada. O senhor precisa ter uma aula de geografia para conhecer o seu país e uma aula de história para respeitar a Zona Franca de Manaus e o estado do Amazonas”, disse.

Nota de repúdio

Na Câmara Municipal de Manaus (CMM) também houve manifestação dos vereadores nesta quarta-feira (25), na Casa, os parlamentares aprovaram uma moção de repúdio contra as falas de Schwartsman.

A propositura de n°417/2023 é do vereador Lissandro Breval (Avante) e, segundo o parlamentar, é carregada de absurdos, preconceito e desinformação.

“A gente vê tanta desinformação, preconceito, nessa visão medíocre da importância da Zona Franca de Manaus para o Brasil – modelo que já faturou R$ 90 bilhões só este ano, contribuindo na arrecadação do país. Temos que combater essa desinformação. Cabe a cada um de nós combater essas falas preconceituosas. Respeite o Amazonas, o Polo Industrial que gera milhares de empregos e mantém a floresta em pé!”, repudiou o vereador.

LEIA MAIS: