Manaus, 8 de maio de 2024
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Manaus, 8 de maio de 2024

Cidades

Em bar no Educandos, garçonete é espancada pelo ex-marido

Agredida com murros na feira da Panair, Nataide dos Santos, relatou ter tido o braço quebrado pelo ex companheiro no passado

Em bar no Educandos, garçonete é espancada pelo ex-marido

Nataide dos Santos, 34, precisou ser levada a um Serviço de Pronto Atendimento (SPA), após ser agredida com murros pelo ex marido, identificado  como José Mauro de Albuquerque, em um bar localizado na feira da Panair, localizada no bairro Educandos, zona Sul da Capital. A agressão teria acontecido após o José se deparar com a ex junto a um novo namorado.

A mulher que foi levada ao SPA da Colônia Oliveira Machado para receber atendimento médico, contou que estava em um bar na Feira da Panair com o namorado quando Mauro apareceu. “Ele entrou no bar, bebeu água e quando voltou já foi me agredindo” .

A vítima de  de seu ex marido afirma que o homem sempre foi agressivo e por isso ela preferiu a separação  (Foto: Reprodução)

Conforme Nataide, as agressões foram o motivo da separação. De acordo com ela, está não é a primeira vez que ele a agride fisicamente, a mulher afirma ter tido seu braço quebrado em uma das vezes. “Ele é muito ciumento e não aceita a separação. Todas as vezes que sente ciúmes ele me bate”.

Um dos murros acertou a boca da da mulher. A vítima registrou a ocorrência na Delegacia Especializada em Crimes Contra a Mulher (DECCM) e foi encaminhada para fazer exame de corpo de delito.

No Brasil, 3 em cada 10 mulheres mortas por violência

Três entre cada dez mulheres que morreram no Brasil por causas ligadas à violência já eram agredidas frequentemente, revela estudo inédito do Ministério da Saúde. O levantamento foi feito com base no cruzamento entre registros de óbitos e atendimentos na rede pública de 2011 a 2016.

“Vimos que essas mulheres já tinham recorrido aos serviços de saúde, apresentando ferimentos de agressões”, diz a diretora do Departamento de Vigilância de Doenças e Agravos Não Transmissíveis da pasta, Maria de Fátima Marinho Souza, que coordenou o trabalho.

Para ela, o resultado deixa claro o caráter crônico e perverso dessa vivência e a necessidade de se reforçar a rede de assistência. “Se medidas de proteção tivessem sido adotadas, talvez boa parte desses óbitos pudesse ter sido evitada.”

A consequência da violência frequente fica evidente na pesquisa. O trabalho comparou o risco de morte por causas violentas entre mulheres que haviam procurado em algum momento serviços de saúde por causa de agressões e entre aquelas que não tinham histórico. As diferenças foram relevantes. No caso de adolescentes, por exemplo, o risco de morrer por suicídio ou homicídio foi 90 vezes maior entre as adolescentes com notificação de violência.

No período analisado, morreram no Brasil, por dia, três mulheres que já haviam dado entrada em hospitais, unidades de pronto atendimento (Upas) ou ambulatórios públicos em busca de tratamento para hematomas, fraturas e outros tipos de lesões associados à violência.