Manaus, 4 de maio de 2024
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Cidades

Em Manaus, escolas de samba querem Carnaval sem público

Proposta de presidentes para o desfile do Carnaval de 2022 ainda vai ser discutida em reunião com a Secretaria de Cultura nesta quarta

Em Manaus, escolas de samba querem Carnaval sem público

Foto: Michael Dantas/SEC

MANAUS, AM – As escolas de samba que fazem parte do Carnaval de Manaus querem, unanimemente, fazer o desfile de Carnaval de 2022 sem a presença de público. O evento, que tradicionalmente ocorre no Sambódromo de Manaus, estaria marcado, tecnicamente, para ocorrer nos dias 25 e 26 de fevereiro.

A decisão sobre a realização dos desfiles vai depender da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa (SEC). No entanto, presidentes das escolas de samba querem fazer o desfile com o objetivo de ajudar os artistas que trabalham direta e indiretamente nos desfiles. Para eles, o desfile deve ser sem a presença de público, mas com a participação dos foliões restrita a uma capacidade de 50%, somente, com transmissão ao vivo pela TV.

Alguns dos mandatários estão se sentindo prejudicados pela prefeitura, inclusive, com a decisão de não ter Carnaval, não apenas no sentido econômico. Segundo eles, a Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult) abriu edital de credenciamento das escolas de samba para o Carnaval, mas revogou o edital, com a promessa de republicá-lo após o Natal. No entanto, até o dia 11 de janeiro, o edital de credenciamento não foi republicado.

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Didi Redman, que é presidente da escola de samba Vitória Régia e da Comissão Executiva das Escolas de Samba de Manaus (Ceesma), ressaltou que uma posição concreta sobre a realização do desfile só deve ser dada na próxima sexta-feira (14). Ele apontou que a decisão final vai depender de uma reunião que os mandatários terão com o secretário estadual de Cultura, Marcos Apolo Muniz, e o diretor-presidente da Manauscult, Alonso Oliveira.

“Carnaval se pula em qualquer lugar. Queremos fazer o desfile para ajudar os artistas. Temos pleiteado isso desde o ano passado, desde quando não teve. Fizemos o projeto e está na secretaria, mas só falta o aval dos secretários. Tudo vai depender dessa reunião”, salientou.

A situação dos artistas, inclusive, é a mesma alegada pelo presidente da Império do Havaí, Fabiano Alfaia. Segundo ele, todas as escolas de samba ficaram no prejuízo, e o Carnaval não pode ser o vilão da vez para a disseminação da COVID-19. A variante Ômicron, considerada de preocupação, já está presente no Amazonas, com 22 casos confirmados até a noite da última segunda-feira (10).

“Sempre querem colocar um vilão para o coronavírus. Só que em 2021, não teve desfile, e o Amazonas experimentou o pico da pandemia. Nós todos estamos saindo no prejuízo. Na Império do Havaí, temos 12 costureiras. Algumas delas não têm mais nem o que comer, com geladeira quebrada, sem comida e por aí vai. O período do Carnaval é o que elas mais faturam, porque cada uma fica com mais de mil fantasias para costurar. É uma coisa desesperadora”, apontou.

Protocolo de segurança

Alfaia ainda diz que as escolas de samba querem observar os protocolos de segurança contra a covid-19. Para isso, a ideia é que as fantasias sejam vendidas aos foliões somente com a apresentação do comprovante de vacinação contra a covid-19 e a cópia do RG. Além disso, os foliões deverão estar usando máscara, e no Sambódromo, passarão por medidas como aferição de temperatura. Se estiver com febre ou algum sintoma, não entra no Sambódromo.

“Nossa decisão é que haja desfile de Carnaval, sem público e 50% da capacidade dos foliões. O Carnaval ajuda as pessoas direta e indiretamente, gera emprego e renda e fomenta a economia do estado. A ideia é que todos estejam vacinados, e que tenhamos controle e vigilância sobre isso. De fato, nas bandas de rua é mais complicado de fazer, mas no Sambódromo, por ser um local mais fechado, é possível”, completou.

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