
(Foto: Celso Maia / Portal AM1)
Manaus (AM) – Entregadores por aplicativo em todo o Brasil iniciaram, nesta segunda-feira (31) e terça-feira (1), uma greve nacional para pressionar as plataformas por melhores condições de trabalho.
Entre as principais reivindicações da categoria estão o reajuste da taxa mínima por entrega, congelada há mais de quatro anos; o aumento do valor pago por quilômetro rodado, para compensar os custos operacionais; e melhorias nas condições de trabalho, incluindo fornecimento de equipamentos de proteção individual e medidas de segurança.
Gênesis Silva, motociclista que atua como entregador por aplicativo em Manaus, relatou ao Portal AM1 que os trabalhadores do setor enfrentam dificuldades financeiras devido às altas taxas cobradas pelas empresas. Segundo ele, os valores descontados das corridas são excessivos e não resultam em melhorias para os entregadores.
“O pessoal vai parar porque não estamos mais conseguindo arcar com os custos das corridas. Essa é uma luta antiga. Tanto motoristas de carro quanto de moto reclamam do valor pago. Hoje, estamos praticamente pagando para trabalhar, pois as empresas recolhem uma porcentagem alta sem que isso se traduza em benefícios para os trabalhadores”, afirmou.
De acordo com Gênesis, as taxas cobradas pelas empresas variam entre 10% e 40% do valor da corrida, o que, somado às despesas crescentes com combustível e manutenção, impacta diretamente a renda dos entregadores.
“Às vezes, a empresa retira de 10% a 40% do valor de uma corrida. Para a gente, isso é exorbitante, ainda mais considerando que o preço das corridas é baixíssimo. Hoje, o custo de tudo aumentou: gasolina, manutenção… O valor de tudo subiu, menos o das corridas”, disse Gênesis.
Até o momento, as empresas não atenderam às demandas da categoria, relatam manifestantes. Com a paralisação nacional, os entregadores esperam avanços nas negociações e melhores condições de trabalho.
Entre as principais reivindicações nacionais está a implementação de uma taxa mínima de entrega de R$ 10,00, o aumento do valor pago por quilômetro rodado de R$ 1,50 para R$ 2,50 e a definição de um percurso máximo de 3 km para entregas realizadas por bicicleta.
“A gente está fazendo isso porque as empresas não têm dado suporte nem ouvido os motoristas. Até agora, não houve nenhum tipo de negociação. Esperamos que, com esses dois dias de paralisação, as empresas enxerguem os motoristas de aplicativo, reconheçam suas dificuldades e atendam às demandas, porque hoje a gente realmente precisa disso”, relatou Gênesis.
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