
Dia de combate ao bullying é marcado em meio aos atentados em escolas no Brasil. (Foto: Divulgação)
Manaus (AM) – Os atentados nas escolas e creches nas últimas semanas têm deixado os brasileiros em alerta quanto à violência e o bullying escolar. Em meio à onda de barbaridade que o Brasil enfrenta, a última sexta-feira (7) foi marcada pelo Dia Nacional de Combate ao Bullying e à Violência na Escola.
Escolas municipais e estaduais têm atuado no combate ao bullying com os alunos de todas as idades. Por meio de rodas de conversação, projetos, atividades em grupo, entre outros, os estudantes são ensinados a conviver uns com os outros.
Uma dessas iniciativas é o ‘Março Laranja’, cor da campanha de combate à violência escolar e ao bullying. Em Manaus, a iniciativa já está inclusa no calendário oficial do município desde o ano de 2016, e este ano contou com programações e palestras com profissionais da Rede de Proteção à Criança e ao Adolescente, entre outras atividades.
Entre tantas escolas que fazem o combate a essa situação, professores da Escola Estadual de Tempo Integral Madre Tereza de Calcutá, localizada no bairro Morro da Liberdade, zona Sul de Manaus, trabalham a conscientização, o respeito e a união entre os alunos, das séries mais novas até as mais avançadas.

“É importante que as crianças entendam e compreendam a diferença umas das outras. Toda semana fazemos uma atividade que envolva todas as turmas, assim os alunos conseguem ampliar os círculos de amizade”, explicou a professora Maria do Socorro.
Alguns alunos que apresentam comportamentos mais agressivos recebem acompanhamento psicológico, no entanto, não dentro da escola.
“Aqui, no bairro, existem projetos sociais que trabalham em parceria com os colégios da comunidade. Junto com as psicólogas voluntárias, a família também é inserida no projeto e é feito esse acompanhamento tanto com o aluno, quanto com a família”, disse.
A profissional de educação também ressalta que a escola é apenas o auxílio da criança no mundo, mas é a família que deve fazer o molde da educação e respeito. Por ser uma escola localizada em um bairro de área vermelha da cidade, algumas crianças tendem a ter comportamentos agressivos, mas que com o passar do tempo, diálogo e atividades realizadas na escola, vão mudando.

“A família é fundamental no combate ao bullying, pois são eles que vão ajudar a escola a reduzir casos e evitar que algo grave aconteça. Algumas crianças chegam na escola e batem ou xingam os colegas, não é fácil tirar esse comportamento da cabeça dela. Mas, com o passar do tempo, em uma parceria entre a família e a escola, conseguimos reverter e transformar o que seria o bullying em uma amizade”, comentou.
No interior do Amazonas, a Escola Estadual Ministro Waldemar Pedrosa, localizada no município de Parintins, ganhou destaque nacional pelo projeto contra o bullying, existente desde 2019.
“Soltando a voz, eu ‘tô’ melhor agora”, foi desenvolvido pela professora Mary Sônia e tem como objetivo aumentar a autoestima dos estudantes e o ambiente escolar.
A campanha educativa informa e conscientiza os estudantes sobre os malefícios do bullying. “Conviver com o igual e o diferente será uma constante na sociedade em que vivemos. Ter uma reflexão mais empática e altruísta é relevante se quisermos combater o bullying. O respeito é o alicerce para uma convivência harmônica com tudo e todos que nos cercam”, disse a professora em entrevista para a Agência Brasil.

Podemos combater o bullying na escola, mantendo os canais de comunicado abertos sempre dispostos a ouvir os alunos, fazendo atividades (oficinas, palestras, cinema, debates, atividades inclusivas etc) para falar de temas a respeito de empatia, respeito as diferenças, preconceito, discriminação , podemos incluir psicólogos nas instituições, além de não tratar esses comportamentos de bullying como uma simples brincadeira, mas tratar com seriedade e da a devida atenção aos envolvidos, além de realizar trabalhos psicológicos, educativos e disciplinares com os agressores.
Conforme a pesquisa feita em 2021, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 23% dos estudantes afirmaram já terem sido vítimas de bullying nas escolas. No Amazonas, já foi aprovada a Lei de Enfretamento ao Cyberbullying nas escolas públicas do Estado.
O cyberbullying considera toda conduta praticada por meio do uso de tecnologias, como mídias sociais, com o intuito de hostilizar alguém de propósito. Além disso, outros projetos de lei estão tramitando nas Casas legislativas, como na Câmara Municipal de Manaus, com a PL nº030/2022, que dispõe o desenvolvimento de política antibullying por escolas públicas e privadas no município.
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