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Esportes

Em meio à indefinição, Interlagos retoma obras para manter F-1

Na última fase da reforma será instalada uma cobertura sobre o paddock. A prefeitura, contudo, evita garantir que esta parte estará completa até o GP.

Em meio à indefinição, Interlagos retoma obras para manter F-1

Em meio ao risco de perder o GP do Brasil de Fórmula 1 para o Rio de Janeiro, a Prefeitura de São Paulo retomou as obras de modernização do Autódromo de Interlagos. A última etapa da reforma, iniciada em 2014, vai remodelar os boxes e instalar uma cobertura sobre o paddock do circuito. Tudo a tempo de receber a prova deste ano, marcada para 17 de novembro.

O objetivo das novas mudanças é melhorar a circulação das equipes de F-1 nas garagens e também ampliar o uso do autódromo, diante da nova definição da prefeitura de fazer uma concessão pública no local – o projeto de lei que previa a privatização do circuito paulistano foi abandonado.

Vitor Aly. (Divulgação)

A nova etapa das obras, a quinta e última da reforma iniciada há cinco anos, teve início em 18 de abril. E deixou os boxes irreconhecíveis temporariamente, segundo constatou a reportagem. Cerca de 70 vigas, ao peso de 70 toneladas cada, foram removidas A laje, pré-moldada, também foi trocada, o que acabou removendo a estrutura temporária que costuma receber um dos setores VIP da corrida de F-1, logo acima dos boxes. 

“Tínhamos um problema histórico em Interlagos nesta área porque as empilhadeiras não conseguiam entrar com os baús da F-1 e das equipes nos boxes. Tinham que fazer uma manobra para deixar na porta e depois o pessoal empurrava os baús para dentro”, explica à reportagem do Estado Vitor Aly, secretário municipal de Infraestrutura Urbana e Obras de São Paulo.

A alteração deixará os boxes sem paredes fixas, tornando a área mais versátil para receber eventos não relacionados ao automobilismo. Mais “flexível”, o circuito poderá se tornar mais atrativo para os interessados na concessão pública. 

“Vamos ter uma laje totalmente coberta num espaço de 5 mil metros quadrados, e com os boxes independentes. A cada cinco boxes, poderíamos fazer uma sala de eventos. O local pode até se tornar um centro de convenções. Daria para fazer mais de um evento ao mesmo tempo”, garante o secretário municipal. “O autódromo pode se tornar o maior centro de eventos da América Latina.”

Na última fase desta etapa final da reforma será instalada uma cobertura sobre o paddock. A prefeitura, contudo, evita garantir que esta parte estará completa até o GP. “Estamos no processo de importação da tela, a estrutura é complicada. Pretendemos entregar o autódromo com a cobertura. Mas ainda estamos avaliando o planejamento. Talvez o GP do Brasil se torne o único com paddock 100% coberto no campeonato.”

O prazo de entrega das obras é 18 de agosto. Toda a reforma de Interlagos é bancada por recursos federais, no valor de R$ 160 milhões, obtido junto ao Ministério do Turismo, através do Programa de Aceleração do Crescimento do Turismo (PAC Turismo). Deste valor total, que vem sendo liberado aos poucos desde 2014, R$ 43 milhões correspondem a esta etapa final da reforma, que foi o grande trunfo de São Paulo para renovar o contrato com a F-1 até 2020. 

AMEAÇA AO GP EM INTERLAGOS – A prefeitura já negocia mais uma renovação do contrato, mas agora tem a concorrência do Rio. No mês passado, em evento público, o presidente Jair Bolsonaro anunciou um novo autódromo na capital fluminense. Ele seria erguido com o objetivo de receber as corridas da F-1 a partir de 2021. Desde então, empresários e políticos da cidade vêm se aproximando da Liberty Media, empresa que é dona da categoria, para tentar obter um contrato para substituir São Paulo no calendário para além de 2020.

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As negociações e conversas de bastidores, contudo, não preocupam a secretaria municipal que vem tocando as obras em Interlagos. “Isso nos motiva ainda mais”, garante o secretário de obras. Na avaliação de Vitor Aly, há ainda muitos obstáculos que afastam o Rio da Fórmula 1. 

“Estamos com muito otimismo [em manter a corrida em SP]. Eles têm de liberar a concessão do autódromo e têm de obter as licenças ambientais. Depois precisam construir um autódromo do zero e ainda cuidar da infraestrutura do transporte ao redor do local. Para quem entende um pouco deste negócio, acho muito difícil tudo ficar pronto até 2021”, afirma o secretário municipal.

 

(*) Com informações da Estadão Conteúdo