Manaus, 2 de maio de 2024
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Esportes

Empresa de ex-jogador preso vende ingressos da seleção

Roni e seu sócio, Leandro Brito, foram presos pela Polícia Civil do Distrito Federal antes da partida entre Botafogo e Palmeiras

Empresa de ex-jogador preso vende ingressos da seleção

Uma empresa do ex-jogador Ronieliton Pereira Santos, o Roni, preso no último sábado (25), é responsável pela venda de ingressos para o amistoso entre Brasil e Qatar, que será realizado no próximo dia 5, no estádio Mané Garrincha, em Brasília, como preparativo para a Copa América.

Roni e seu sócio, Leandro Brito, foram presos pela Polícia Civil do Distrito Federal antes da partida entre Botafogo e Palmeiras em um camarote do mesmo estádio que receberá a seleção. Segundo o portal Metrópoles, Roni foi solto neste domingo (26) após prestar depoimento. Eles são acusados de fraude na organização de eventos, incluindo jogos oficiais de futebol.

Ronieliton Pereira Santos. (Divulgação)

Os dois dividem sociedade em alguns negócios, dentre eles o site Meu Bilhete.

O torcedor que procurar ingressos para o próximo jogo do Brasil no site da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) será redirecionado para a página da Meu Bilhete para realizar a compra.

No site da Roni7, empresa de Roni para agenciamento de jogadores e promoção de eventos, a Meu Bilhete é indicada como “uma das maiores plataformas de venda de ingressos online” e parceira para o comércio de entradas.

Em contato com a reportagem, a CBF afirmou que não tem relação com a Roni7, empresa investigada pela polícia.

Ainda segundo a confederação, a Meu Bilhete foi escolhida para vender os ingressos após vencer concorrência com outras sete empresas, por operar a grande maioria dos jogos no estádio Mané Garrincha e por cobrar a menor taxa para o serviço.

A entidade destacou também que a empresa Meu Bilhete “não terá nenhuma participação na organização ou na operação do jogo”.

Em entrevista coletiva na manhã deste domingo (26), a polícia anunciou que está investigando “entre 15 e 20 jogos” organizados pela Roni7 nos últimos quatro anos.

“Vai ser apurado em quais desses eventos ocorreu fraude”, disse Leonardo de Castro, delegado do setor de Coordenação Especial de Combate à corrupção, ao Crime Organizado e aos Crimes Contra a Administração Pública.

As investigações apontam que a empresa adulterava borderôs e divulgava público menor do que o que de fato estava presente, pagando assim menos impostos e taxas, já que estes são calculados com base na renda obtida. Outra alternativa era fraudar o número de entradas gratuitas.

“Isso ficou claro no jogo de 7 de fevereiro da Copa do Brasil entre Corinthians e Ferroviário-CE [em Londrina], quando o próprio narrador do jogo, ao receber a informação do público presente, comentou que no estádio havia mais torcedores do que o divulgado”, disse o delegado.

O site da Roni7 aponta dez jogos promovidos em quatro estados brasileiros (Distrito Federal, Mato Grosso, Espírito Santo e Paraná) em 2015 e celebra renda bruta total de R$ 10,8 milhões, com público total de mais de 175 mil pessoas.

Além de Roni e Brito, outras cinco pessoas foram presas preventivamente na operação Episkiros, palavra que dá nome ao jogo grego apontado como possível origem do futebol e que também pode significar jogo enganoso.

Dentre os presos está Daniel Vasconcelos, presidente da Federação de Futebol do Distrito Federal.
Segundo a polícia, há indícios dos crimes de estelionato, associação criminosa, falsidade ideológica e sonegação fiscal, além da possibilidade de lavagem de dinheiro.

A reportagem encontrou três empresas em que Roni e Brito são sócios: a Roni7 Eventos Ltda, a LPR Tecnologias em Eventos Ltda e a Acesso Mais Tecnologias, Sistemas, Vendas e Eventos Ltda. Essa última é a Meu Bilhete.

Desde sábado a reportagem tenta, sem sucesso, contato com a defesa de Roni, com a Federação de Futebol do Distrito Federal e com a Polícia Civil do Distrito Federal.

Sineis Lima, que atendeu a telefonema para um dos números que constam no site da Roni7 para contato, disse trabalhar apenas com o agenciamento de jogadores, um dos ramos de atuação da empresa, e afirmou não podia responder pela companhia.

Roni atuou no futebol profissional por 17 anos, atuando por clubes como Fluminense, Santos, Flamengo e Cruzeiro. Ele encerrou a carreira em 2012, quando se tornou empresário.

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Confira a nota enviada pela CBF:

“A CBF não tem nenhuma parceria ou qualquer negócio com a empresa Roni7. A Meu Bilhete, por ser a empresa que opera a grande maioria dos jogos no Estádio Mané Garrincha e por ter apresentado, em concorrência que contou com 7 empresas, a menor taxa para o serviço, é a empresa que está comercializando os bilhetes para o amistoso contra a seleção do Catar em Brasília. Mas não terá nenhuma participação na organização ou na operação do jogo”.

 

(*) Com informações da Folhapress