Seis peritos judiciais afirmaram, no exame criminológico do detento Alexandre Alves Nardoni, que ele é um “preso de ótimo comportamento, capaz de criar e manter vínculos afetivos”. Nardoni está preso há 10 anos no presídio de Tremembé, no interior de São Paulo, condenado pelo assassinato da filha Isabela.
Em setembro, a defesa de Nardoni pediu à Justiça paulista que o preso fosse beneficiado com a progressão para o regime semiaberto. Ele foi condenado a 30 anos de reclusão. Contrário à concessão, o Ministério Público pediu que Nardoni se submetesse ao exame criminológico.
Favorável ao desejo de Nardoni, o resultado do laudo foi divulgado na noite deste domingo (4) pelo programa “Fantástico”, da “TV Globo”.
O exame criminológico é realizado por psicólogos, psiquiatras e assistentes sociais do sistema prisional. Sua função é avaliar se o preso “merece” ou não receber a progressão de regime.
Os peritos avaliaram positivamente o trabalho feito pelo condenado na prisão: a confecção e reforma de cadeiras, de ferro e madeira, utilizadas em escolas estaduais de São Paulo.
Em seu depoimento, Nardoni afirmou que sente a falta da filha e não consegue entender as razões que levaram à morte dela. “Junto com Isabella morreu parte de mim e me nunca mais sentirei completo”.
O promotor de Justiça Luiz Marcelo Negrini pediu que o preso passe por um exame considerado ainda mais aprofundado do que o criminológico, o Teste de Rorschach.
Pedido para o semiaberto
Em setembro, o advogado de Nardoni, Roberto Podval, pediu à progressão de regime para seu cliente à Vara de Execuções Criminais de Taubaté (SP), sob os argumentos de que ele já cumpriu 2/5 da pena, trabalhou 634 dias dentro da penitenciária e não se envolveu com facções criminosas.
Se aprovada a progressão, Nardoni pode ter o direito de trabalhar fora ou fazer cursos durante o dia, voltando à cela à noite. Além disso, o regime semiaberto permite ao preso usufruir das saídas temporárias.
São até cinco saídas prolongadas, em feriados, no decorrer do ano. Em casos de grande repercussão, como o de Nardoni, a Justiça costuma pedir exame criminológico para atestar que não vai trazer riscos à sociedade quando em liberdade.
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