Os trabalhadores e trabalhadoras do setor petroleiro pedem a saída imediata do atual presidente da empresa, Pedro Parente, escolhido pelo presidente Michel Temer para substituir Aldemir Bendine. Para pressionar a empresa, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) convocou para esta quinta-feira (8) um ato em frente à sede da Petrobras, no Rio de Janeiro (RJ).
A concentração está acontecendo desde às 7h da manhã, no prédio da empresa, na rua Chile, no centro da cidade do Rio de Janeiro, e conta com a participação de sindicatos da FUP, movimentos populares como Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e Levante Popular da Juventude.
João Antonio de Moraes, diretor de Relações Internacionais e de Movimentos Sociais da FUP, fala sobre a expectativa para a paralisação, que pretende reunir mais de mil trabalhadores de diversos segmentos em defesa da “soberania energética” do país e contra o esfacelamento da empresa.
“Essa venda de ativos tem se traduzido em grande prejuízo para o povo brasileiro e para a Petrobras. Por isso, os petroleiros da Federação Única dos Petroleiros se mobilizam contra essa venda de ativos que, na maior parte das vezes, são entregas do patrimônio público para empresas estrangeiras, muitas vezes por menos de 10% de seu valor de mercado”, diz Moraes.
O petróleo é nosso?
A empresa brasileira Petrobras anunciou novas diretrizes para a exploração e produção de petróleo e gás natural. A consulta pública para fomento das resoluções aconteceu do dia 17 de abril a 2 de maio pelo Ministério de Minas e Energia, mas deixou a desejar na divulgação e nas resoluções, como pontua o ex-presidente da Petrobras e professor do Instituto de Eletrotécnica e Energia da Universidade de São Paulo (USP), Ildo Sauer.
“É apenas um simulacro, 99,9% da população brasileira não têm conhecimento disso. Deveriam chamar todas as forças envolvidas para um debate. Tem aí a associação dos engenheiros, os sindicatos, economistas, trabalhadores do setor e universitários”, enumera.
As novas diretrizes estão no site do Ministério de Minas e Energia (MME) e incluem “maximização da recuperação dos reservatórios ao aumento do potencial petrolífero nacional e a intensificação das atividades exploratórias no País, bem como promover a adequada monetização das reservas existentes, resguardando os interesses nacionais”.
Além disso, o governo anunciou a venda da refinaria de Pasadena nos Estados Unidos; sua participação na Petrobras Oil & Gas B.V., na África; a venda do Campo de Azulão, na Bacia do Amazonas; e a exploração de três de oito bacias do pré-sal.
João Antônio de Moraes avalia com pessimismo as diretrizes, destaca o descompromisso do governo com os trabalhadores e comenta a pesquisa feita pela FUP, intitulada “Diretrizes para uma Política Nacional de Desenvolvimento Energético”, que vai contra às novas resoluções do governo:
“Não há, em nenhum momento, preocupação com os trabalhadores do setor. A FUP discorda da proposta do Ministério de Minas e Energia e encaminhou uma versão paralela desta resolução com os seguintes pontos: manutenção da importância da soberania nacional e autossuficiência; priorizar investimentos estatais; ritmo dos leilões ligados à capacidade de atendimento da indústria nacional; aproveitar oportunidades do pré-sal para transição energética; desenvolvimento tecnológico; assegurar normas e procedimentos ambientais, segurança operacional e melhores práticas do setor”, ressalta Moraes.
A Petrobras foi criada durante a campanha “O Petróleo é Nosso”, no governo democrático de Getúlio Vargas, em 1953. Hoje, é responsável por bacias, refinarias, usinas de biodiesel, de etanol, termelétricas, gasodutos, terminais, oleodutos e fábricas de fertilizantes.
Fonte: Brasil de Fato
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