Geração de empregos formais tem saldo positivo no Amazonas, aponta Caged

Manaus (AM) – O Amazonas apresentou saldo positivo de 3.467 novas vagas com carteira assinada em maio de 2024, aponta levantamento mensal do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged). Segundo o levantamento, no acumulado anual de janeiro a maio de 2024, o Amazonas ocupa o segundo lugar da Região Norte em números de admissões.

O cenário positivo na geração de empregos não se limita apenas à Região Norte. O Brasil apresenta o montante de 101,3 milhões de empregos gerados. Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil alcançou o melhor índice em taxa de desocupação desde o número recorde atingido em 2014.

“A taxa de desocupação foi estimada em 7,1% no trimestre móvel referente aos meses de março a maio de 2024, registrando variação de -0,7 ponto percentual em relação ao trimestre de dezembro de 2023 a fevereiro de 2024 (7,8%)”, destaca o IBGE.

Cenário Econômico

Ao Portal AM1, o economista e vice-presidente do Conselho Regional de Economia do Amazonas (Corecon), Altamir Cordeiro, explica que, apesar do cenário positivo no crescimento de empregos, essa ascensão ainda não representa um crescimento sustentável.

“O crescimento do número de empregados com carteira assinada vem subindo desde o segundo semestre do ano passado. No entanto, ainda não representa um crescimento sustentável. Há variáveis internas e externas que ainda impactam a economia brasileira”, comenta o especialista.

Segundo Cordeiro, questões de políticas fiscais podem impactar a economia brasileira.

“Problemas nas políticas fiscais e monetárias travam uma batalha para controlar a inflação e taxas de juros e isso tem impactos no câmbio, afetando as exportações e os custos de produção.”

Entretanto, Cordeiro acredita que a geração de empregos pode sustentar a economia brasileira, devido ao aumento de consumo das famílias, que, agora, possuem uma renda e podem investir na compra de bens de consumo. Ele também pontua que esse aumento pode gerar perspectivas nas taxas de inflação.

“O ponto positivo do crescimento no número de empregados com carteira assinada é o aumento do consumo das famílias, e isso alimenta as atividades econômicas internas, mas também gera perspectivas de inflação. Por essa relação, as taxas de juros foram mantidas por decisão do Comitê de Política Monetária (Copom). O governo federal precisa ter cuidado na sua comunicação com o mercado”, explana o economista.

Mercado de Trabalho

Apesar do cenário promissor, a realidade não é a mesma para todos. Raimundo Garcia, de 49 anos, nascido em Manicoré, interior do Amazonas, enfrenta dificuldades para se reinserir no mercado de trabalho.

Segundo ele, pessoas que se enquadram nessa descrição acabam perdendo oportunidades de emprego devido à pouca escolaridade.

“Muitos vêm para a capital, oriundos do interior do Amazonas e quando chegam à cidade grande, enfrentam uma exigência maior ainda sobre o lado profissional, como o estudo. E, pode até ser um grande profissional, mas muitas vezes, não tem como comprovar na carteira, e não tem o estudo que é exigido para  aquela vaga, o estudo completo. Tudo isso é dificuldade para quem está chegando numa capital para conseguir a primeira vaga de emprego”, explica.

De acordo com Garcia, o caminho para quem busca uma colocação no mercado é buscar profissionalização para atingir as expectativas do atual cenário do mercado de trabalho.

“A gente espera que as nossas expectativas como profissional sejam das melhores, devido ao mercado, hoje, ser muito exigente. Então, a gente, como profissional, tem que se capacitar cada vez mais para ser reconhecido no trabalho, dando o nosso melhor como profissional no dia a dia.”

 

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