Governo do Equador confirma prisão do ex-vice-presidente Jorge Glas

Ex-vice-presidente equatoriano Jorge Glas - (Foto: Wladimir Jativa/vice-presidência-Flickr)

Quito – O governo do Equador confirmou a prisão do ex-vice-presidente Jorge Glas, realizada nessa sexta-feira (5), em uma operação na embaixada mexicana. O comunicado foi por meio de uma mensagem na rede social do Executivo.

“O Governo Nacional informa à população que Jorge Glas Espinel, condenado a uma pena de prisão pela Justiça equatoriana, foi detido nesta noite e colocado à disposição das autoridades competentes”, declarou o gabinete do presidente do Equador Daniel Noboa.

Conforme a mídia local, policiais do Equador usaram de força, invadiram a embaixada do México em Quito, e prenderam o ex-vice-presidente equatoriano.

Por volta das 22h30 (hora local), policiais e veículos blindados entraram à força na embaixada mexicana.

O encarregado da missão diplomática, Roberto Canseco, que assumiu o comando da legação após o Equador declarar a embaixadora Raquel Serur persona non grata, denunciou a agressão e a entrada das forças de segurança.

“Arrisquei minha vida para defender a honra e a soberania do meu país. Isso não pode ser. É incrível que algo assim tenha acontecido”, declarou o funcionário mexicano à imprensa.

A presidente do movimento Revolução Cidadã, Luisa González, comentou sobre o ocorrido: “INCRÍVEL! Mais uma vez, no Equador, não há Estado de Direito. Jorge Glas recebeu asilo diplomático e é assim que este governo improvisado responde, violando o Direito Internacional Público”.

Glas vivia na embaixada do México em Quito desde dezembro do ano passado. E foi o vice-presidente equatoriano de 2013 a 2017, em parte da gestão do ex-presidente Rafael Correa. Ele é considerado um dos símbolos da “lawfare” no Equador, havia recebido, temporariamente, em 28 de novembro de 2022, o benefício da pré-libertação após a unificação de duas sentenças de prisão de seis e oito anos; no entanto, a medida foi revogada.

Jorge Glas foi alvo de uma condenação a seis anos de prisão por corrupção em um caso que envolve a Odebrecht e a Lava Jato brasileira.

O ex-vice de Rafael Correa é acusado de desviar dinheiro público usado na reconstrução de cidades atingidas por um terremoto. Segundo a defesa, a acusação é fruto de lawfare contra o ex-vice-presidente.

Me acaba de informar Alicia Bárcena, nuestra secretaria de Relaciones Exteriores que policías de Ecuador entraron por la fuerza a nuestra embajada y se llevaron detenido al exvicepresidente de ese país quien se encontraba refugiado y tramitando asilo por la persecución y el acoso…

— Andrés Manuel (@lopezobrador_) April 6, 2024