Manaus, 6 de maio de 2024
×
Manaus, 6 de maio de 2024

Brasil

Hacker invade celular de Moro, usa aplicativos e troca mensagens

O autor da invasão ficou por cerca de seis horas utilizando aplicativos de mensagens de Moro. O ex-juiz federal teve de cancelar a linha.

Hacker invade celular de Moro, usa aplicativos e troca mensagens

Sérgio Moro teve celular hackeado (Reprodução)

Um hacker invadiu o celular do ministro Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública) na última terça-feira (4).
O ex-juiz federal teve de cancelar a linha. A Polícia Federal investiga o caso, e o setor de tecnologia da pasta também foi acionado para ajudar a apurar de onde o ataque partiu.

O autor da invasão ficou por cerca de seis horas utilizando aplicativos de mensagens de Moro. O ministro recebeu uma ligação por volta das 18h, do seu próprio número, o que estranhou. Ele chegou a atender, mas não havia ninguém do outro lado da linha.

Em seguida, foi informado de mensagens que estavam sendo trocadas pelo Telegram. O hacker usou o aplicativo até pelo menos a 1h da manhã desta quarta (5). Essa não é a primeira vez que um ministro tem o celular invadido.

No ano passado, ainda durante o governo Michel Temer (MDB), os ex-ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Carlos Marun (Secretaria de Governo) também foram vítimas de golpes cibernéticos semelhantes.

Naquele caso, estelionatários enviaram mensagens a partir dos celulares de ambos pedindo empréstimos.

Em março de 2018, pessoas que estavam na lista de contatos dos dois ministros passaram a receber mensagens, supostamente escritas por eles, para pedir depósitos de dinheiro em uma conta bancária do Banco do Brasil em São Luís, no Maranhão. Ao saber do golpe, os ministros trocaram de telefone e o BB bloqueou a conta.

Em julho, duas pessoas foram presas sob suspeita de participarem do golpe.
A invasão desta semana ao celular de Moro reacende a polêmica sobre a segurança cibernética do governo. O presidente Jair Bolsonaro (PSL) costuma usar o aplicativo WhatsApp para tratar de assuntos de governo.

O aplicativo é acessado por Bolsonaro a partir de um aparelho celular comum, já que não é possível fazê-lo do telefone criptografado fornecido pela Abin (Agência Brasileira de Inteligência).

O dispositivo, chamado TCS (Terminal de Comunicação Segura), é entregue aos mandatários do país para que eles o utilizem para tratar de assuntos de interesse público.

O aparelho só permite a comunicação criptografada com outros aparelhos similares e não possibilita a instalação de aplicativos como WhatsApp, Twitter e Instagram, que são bastante acessados pelo presidente.

A rede social, por exemplo, é frequentemente utilizado por Bolsonaro para fazer anúncios oficiais.
O uso da tecnologia é visto com reserva por integrantes do setor de inteligência do Palácio do Planalto.
Para eles, apesar de prático, o aplicativo de mensagens não é seguro o suficiente para garantir o sigilo absoluto das informações compartilhadas.

O receio maior é de que o presidente se descuide e possa vir a utilizar a aplicação em despachos com a equipe ministerial, trocando informações sensíveis que possam colocar em risco sua segurança ou mesmo que prejudiquem iniciativas do governo.

Segundo assessores do presidente, porém, Bolsonaro tem evitado compartilhar conteúdo confidencial pelo WhatsApp.

Em fevereiro, vazaram conversas do presidente com o então ministro da Secretaria-Geral, Gustavo Bebianno. Os áudios confrontaram versão de Bolsonaro, que afirmara que não tinha falado com o auxiliar naquela data. Dias depois, com o agravamento da crise, Bebianno acabaria desligado da pasta.
Irmã de Aécio teve acesso a investigações sigilosas, diz PF

Operação deflagrada nesta quarta (5) aponta que Andréa, irmã do deputado Aécio Neves (PSDB-MG), teve acesso a investigações sigilosas por meios escusos. A PF-MG descobriu uma rede de vazamentos comandada por dois escrivães, que monitoravam inquéritos e passavam a advogados documentos em segredo de Justiça. Eles realizaram 56 acessos indevidos em casos de interesse do advogado de Andréa entre 2013 e 2018.

(*) Com informações da Folhapress