O Governo do Estado inaugurou, nesta terça-feira, 26, a primeira ala médica voltada para o tratamento de pacientes indígenas com o novo coronavírus no Hospital de Combate na Universidade da Nilton Lins.
A inauguração foi realizada do pelo governador Wilson Lima (PSC), pelo secretário Especial de Saúde Indígena (Sesai), do Ministério da Saúde, Robson Silva e a secretária de Saúde do Amazonas, Simone Papaiz.
O Ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que está em Manaus não participou da inauguração.
“Aqui , nós estamos montando os leitos de acordo com as tradições indígenas, inclusive com a colocação de redes, um espaço voltado para as tradições indígenas, como a sala do pajé e todas aquelas orientações acordadas pelos profissionais que vão atuar aqui no hospital”, disse o governador.
A ala vai contar com 20 leitos de alta complexidade e 33 leitos clínicos.
Com isso, passará a contar com 148 leitos para o atendimento de pacientes com o coronavírus.
“Essa ala não é mantida pela Sesai, nós fizemos essa articulação, mas essa ala é obra do Ministério da Saúde, é do Governo Federal, então essa ação é uma ação integrada, não existe protagonismo”, explicou o secretário da Sesai, órgão responsável pela atenção primária à saúde indígena.
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O Amazonas é o estado brasileiro com a maior quantidade de indígenas infectados. Só no Alto Rio Solimões e em Manaus há 368 casos confirmados de Covid-19 entre indígenas.
As transferências para a ala destinada aos pacientes indígenas com Covid-19 vão ser realizadas por meio da Central de Regulação do Amazonas.
Os indígenas serão prioritariamente referenciados para o Hospital de Combate ao Covid-19 e removidos com base na avaliação clínica de médicos e enfermeiros da Central de Regulação e protocolo da unidade.
O secretário que esteve em Manaus na visita do ex-ministro da Saúde, Nelson Teich, disse que a visita foi fundamental para a implantação da ala médica.
“Esse é um passo importante. A ideia é, a gente precisa dá uma guinada na política de atenção aos povos indígenas, no que se refere a saúde”, acrescentou.
Hospitais habilitados
Segundo o secretário, todos os hospitais de referência no tratamento da Covid-19 do Amazonas serão habilitados para indígenas.
“A partir da Sesai, junto com a Saes (Secretaria de Atenção Especializada à Saúde), nós vamos está assinando a portaria. Hoje sai para Rio Negro, Alto Solimões, São Paulo de Olivença e Benjamim Constant”, disse.
Silva disse, ainda que estamos em momento de virada da política indigenista no Brasil, “e essa virada diz que nós precisamos atender melhor o indígena, não que não estejamos fazendo”, afirmou.
‘Demora’
Para a indígena Alcineia Martins Albuquerque, da etnia Piratapuia, houve uma demora na implantação do serviço.
Alcineia, que mora no Parque das Tribos, primeiro bairro indígena de Manaus, tem quatro parentes com a Covid-19 e a mãe teve alta médica nessa segunda-feira, 25.
“Ultimamente alastrou, tem muitos parentes que tão (com a Covid-19), minha irmã e minha sobrinha, inclusive, estão internadas, ainda bem que elas estão juntas. Graças a Deus eles entraram também, agora a população indígena tá sendo assistida”, disse.
Questionado sobre a implantação do serviço apenas agora, o secretário da Sesai afirmou que “o Governo Federal não demorou”. Ele disse que a secretaria começou a atuar em 28 de janeiro, pouco antes do estado de pandemia, e destacou que o Governo já destinou R$ 130 milhões apenas para ações em combate à Covid-19.
“Eu não tenho como sair distribuindo dinheiro, com uma previsão que eu não sei de onde vem. Então a partir do momento que a gente vai vendo os primeiros casos surgindo, a gente vai habilitando leito para atender essas pessoas”, afirmou.
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