
Registro da cheia histórica do rio Madeira em 2014 na cidade de Humaitá (Foto: Divulgação/Defesa Civil do Amazonas)
Humaitá (AM) – A Prefeitura de Humaitá declarou estado de emergência nessa quarta-feira (19) após o rio Madeira atingir 23,19 metros, aproximando-se da cota histórica de 2014, quando o nível chegou a 25,63 metros.
O decreto municipal, aprovado na segunda-feira (17), destaca os impactos da enchente, incluindo grandes perdas na agricultura, riscos à saúde pública e a impossibilidade de acesso a escolas ribeirinhas alagadas. Além disso, a prefeitura afirma não ter recursos suficientes para lidar sozinha com os prejuízos.
Com uma emergência válida por 180 dias, o município buscará apoio dos governos estadual e federal para socorrer os atingidos. Entre as ações emergenciais previstas estão a distribuição de alimentos, colchões, água potável e instalação de abrigos temporários.
O nível do rio Madeira é considerado extremo nessa quinta-feira (20). É esperado que o nível do rio suba de 10 a 30 centímetros até o sábado (22), conforme estimativa do Serviço Geológico do Brasil (SGB). Veja o gráfico no painel:
Cenário diferente
A atual situação em Humaitá é bem diferente do cenário dos últimos dois anos, quando o município foi um dos que entrou para a lista de cidades em alerta devido à estiagem, ou seja, ausência de chuvas e seca severa. Em setembro de 2023, um decreto do Governo do Amazonas estimava investimento de R$ 100 milhões para os municípios afetados, e Humaitá estava na lista.
Em agosto do ano seguinte [2024], Humaitá voltou a declarar situação de emergência devido à estiagem. Em setembro daquele ano, o Governo do Amazonas voltou a declarar situação de emergência em municípios, principalmente na região Sul do Amazonas e também na Região Metropolitana de Manaus, afetados por incêndios florestais. Na lista também constava o município de Humaitá.
Histórico
Dados consultados pelo Portal AM1 junto à Defesa Civil do Amazonas indicam que a maior enchente registrada em Humaitá ocorreu no em abril de 2014, quando o rio Madeira atingiu a cota de 25,63 metros e deixou mais de 18 mil pessoas desabrigadas. A informação consta no Relatório Cheia 2022, atualizado pelo Governo do Amazonas naquele ano.
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