Manaus, 6 de dezembro de 2024
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Cidades

Humaitá: PF prende delegado suspeito de vender bens aprendidos em operações

Segundo a investigação, o esquema criminoso funcionava, além do delegado, com a participação de um secretário municipal e um advogado.

Humaitá: PF prende delegado suspeito de vender bens aprendidos em operações

(Foto: Divulgação/PF)

Manaus (AM) – A Polícia Federal deflagrou a “Operação Triunvirato” na manhã desta quinta-feira (21) para desarticular uma organização criminosa, supostamente comandada pelo delegado da Polícia Civil do Amazonas, Mário de Melo, que vendia bens apreendidos durante operações policiais em Humaitá (a 591 km de Manaus).

A PF aponta que o chefe de polícia comandava o esquema que contava com a participação de um secretário municipal de infraestrutura e um advogado.

Segundo a investigação, eles vendiam ilegalmente bens apreendidos, como madeira e cassiterita. Dessa forma, o trio é acusado de práticas de propina e lavagem de dinheiro. Além do município de Humaitá, a ação da PF aconteceu em Manaus e Itacoatiara.

O esquema funcionava com desvios de cargas apreendidas pela Polícia Rodoviária Federal que eram enviadas à delegacia da Polícia Civil de Humaitá.

Conforme a apuração, os proprietários dos bens pagavam propina para recuperá-los. As negociações eram feitas pelo advogado. Parte das propinas era destinada ao delegado e os envolvidos simulavam a destinação das apreensões à secretaria municipal de obras em Humaitá, a fim de fugir da fiscalização do Ministério Público.

A investigação indica ainda que empresas de fachada foram criadas para ocultar a origem das propinas. Segundo a Polícia Federal, o esquema vendeu aproximadamente três toneladas de cassiterita, minério que estava sob custódia da Polícia Civil, o que gerou prejuízos ao patrimônio público e ao meio ambiente, na avaliação dos investigadores.

No total, a operação cumpriu 11 mandados de busca e apreensão, 1 mandado de prisão e determinou o sequestro de bens avaliados em R$ 10 milhões.

Os envolvidos responderão pelos crimes de peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro, com penas que podem até 34 anos de reclusão.

 

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