
(Foto: Rafa Neddermeyer/ Agência Brasil)
Manaus (AM) — O Governo do Amazonas decretou, na última semana, estado de emergência em todo o estado, incluindo a capital amazonense, devido à estiagem. O prognóstico da Defesa Civil do Amazonas aponta uma seca mais severa comparado ao ano anterior, em 2023. Até o momento, mais de 300 mil pessoas foram afetadas pela estiagem, segundo boletim divulgado pelo Governo.
Por meio do Monitoramento Hidrometeorológico da Defesa Civil do Amazonas, é possível identificar que o Rio Negro tem registrado níveis ainda mais baixos em comparação a 2023, ano em que atingiu o menor nível de sua história. O comparativo realizado pelo Portal AM1 identificou que, em 6 de setembro de 2023, o rio alcançou 22,65 metros. Na mesma data, porém, em 2024, esse valor já caiu para 18,49 metros, uma redução expressiva de 4,16 metros.
Confira a seguir:
- (Gráfico: Reprodução/Defesa Civil)
- (Gráfico: Reprodução/Defesa Civil)
A estiagem no Amazonas não está afetando apenas o Rio Negro. A calha do Alto Solimões, em Tabatinga, já atingiu o nível mínimo registrado, marcando – 1,35 metros, ou seja, o nível da água está abaixo da régua de medição. Esse valor foi alcançado em setembro deste ano, como mostra o infográfico a seguir:

(Reprodução/Defesa Civil)
Queimadas
Conforme dados levantados pelo Banco de Dados de Queimadas (BDQueimadas), organizada pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), entre os meses de julho e setembro, mais de 16 mil focos de incêndio foram identificados no Amazonas.

(Reprodução/INPE)
Como forma de estabelecer uma rígida fiscalização ambiental, o executivo estadual tem atuado em ações de combate aos crimes ambientais. Segundo o boletim divulgado diariamente pelo Governo do Amazonas, entre os períodos de abril e setembro já foram decretadas 174 prisões de detenções por descumprimento da legislação ambiental nesse período.
O Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) já realizou 382 embargos, totalizando 18.998,9382 hectares de áreas embargadas. Foram aplicadas multas no valor de R$ 135,6 milhões, 348 autos de infração e 48 termos de apreensão lavrados.

(Reprodução/Governo do Amazonas)
Ações de combate
Segundo a Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM), os municípios impactados severamente pela estiagem já receberam mais de 900 toneladas de alimentos não-perecíveis e outras 200 toneladas de medicamentos e insumos ao interior do estado.
Assim como o executivo estadual, o municipal também tem atuado para combater os impactos da estiagem no estado. Ao Portal AM1, o atual prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), afirmou que as 200 toneladas de alimentos não-perecíveis, arrecadados durante o Festival ‘Sou Manaus Passo a Paço 2024’, serão doadas às comunidades ribeirinhas impactadas pela seca.
“O Sou Manaus é um evento de entretenimento, de cultura, de lazer, de gastronomia, mas ele é solidário. Esses alimentos que nós estamos recebendo servirão de base para que a gente possa levar para os nossos amigos ribeirinhos, por causa da seca”, declarou David Almeida ao Portal AM1.
O DJ e produtor musical brasileiro, Alok, que se apresentou no palco Malcher no primeiro dia do festival, afirmou que doaria outras 200 toneladas de alimentos não perecíveis, por meio do Instituto Alok.
“No ano passado, doei meu cachê do show em Manaus para socorrer as famílias ribeirinhas que estavam em situação de calamidade devido à maior seca da história da Amazônia. Este ano, tudo indica que a seca será ainda pior. Então, estou doando 200 toneladas de alimentos, através do Instituto Alok, para auxiliar as famílias que serão mais afetadas nos próximos meses”, afirmou Alok em publicação nas redes sociais.
Organizações não-governamentais
Além das ações governamentais, ONGs também estabelecem ações conjuntas para construir vias de enfrentamento aos impactos da estiagem.A ONG Idesam iniciou a campanha de emergência ‘Ajude o sul do Amazonas’. O projeto pretende arrecadar recursos para construção de 30km de aceiros em propriedades rurais da agricultura familiar em Apuí. Os aceiros funcionam como uma espécie de barreira e são fundamentais para evitar propagação do fogo, sendo preventivo, emergencial ou de segurança.
Vale ressaltar também que, conforme o Banco de Dados de Queimadas do INPE, o município de Apuí, localizado ao sul do Amazonas, lidera o ranking de focos de incêndio em 2024, registrando 4 mil ocorrências até o momento.
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