Manaus, 25 de abril de 2024
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Manaus, 25 de abril de 2024

Economia

Indústria amazonense registra queda de quase 12% em janeiro de 2021

O resultado é o segundo pior desempenho do país, ficando atrás apenas do Espírito Santo, com -13,4%, segundo o IBGE

Indústria amazonense registra queda de quase 12% em janeiro de 2021

Foto: Suframa

A produção do Amazonas começou em queda e registrou o segundo pior desempenho do país em janeiro deste ano, apontou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas). Segundo os dados divulgados nesta quarta-feira (10), a indústria amazonense recuou quase 12% na passagem de dezembro de 2020 para o primeiro mês de 2021. 

Seguindo a tendência de queda, na comparação com janeiro de 2020, o setor recuou 9,8%, sendo a primeira retração em sete meses. O estado também acumulou no ano queda de 9,8% e de 6,7% nos últimos doze meses. 

Segmentos de DVDs, máquinas e fabricação de equipamentos de informática e eletrônicos tiveram maiores quedas no período. 

O vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Nelson Azevedo, disse que o  resultado do setor tem reflexo direto da instabilidade econômica, devido à pandemia da covid-19. Segundo ele, a segunda onda da doença que atingiu Manaus, em janeiro deste ano, acentuou as quedas. 

“Ainda vivemos um momento muito difícil por conta de um inimigo invisível e, a indústria vem sofrendo muito, com estoques reduzidos, demissões e férias coletivas. A segunda onda da covid-19, que causou uma crise na saúde no Amazonas, logo no início do ano, retraiu ainda mais os indicadores, porque nossa produção é direcionada para abastecer o mercado interno. E se ele deixa de consumir os bens duráveis que fabricamos no PIM, teremos redução”, afirma. 

Segundo o IBGE, a produção industrial amazonense caiu 11,8% em janeiro de 2021 ante a dezembro de 2020. O resultado do Amazonas foi o segundo pior do país, ficando atrás apenas do Espírito Santo, com -13,4%. Já os melhores foram do vizinho Pará, com 4,4%, e, em seguida, Pernambuco, com 3,6% e Rio de Janeiro, com 2,9%.

“É importante frisar que o mês de fevereiro não deve ser diferente, por conta de todo o cenário e, muito provavelmente, ainda teremos muitas dificuldade nesse primeiro semestre”, projeta Azevedo.

Em relação a janeiro do ano passado, a indústria do Amazonas registrou queda de produção na ordem de 9,8. Os estados do Pará (13,3%) e Paraná (11,5%) assinalaram as expansões mais intensas e, Bahia e Mato Grosso (-13,9%), tiveram as perdas mais acentuadas no período. Já a nacional assinalou alta de 2,0%. 

No índice acumulado de janeiro a dezembro de 2020, o desempenho do estado caiu 9,8% e -6,7% nos últimos 12 meses, piorando ainda mais o quadro negativo do ano passado. 

“Os meses de abril e maio de 2020 foram aqueles em que a indústria amazonense “sentiu” mais as recomendações sanitárias para combater a pandemia de covid-19. No segundo semestre de 2020, este índice apresentou valores positivos. No entanto, em dezembro de 2020 (-5,1) e neste início de 2021, com a volta das medidas de restrição para o combate à pandemia no Estado, o desempenho da indústria voltou a cair, chegando em janeiro a -11,8%.”, informou o IBGE.

Maior perdas

De acordo com a pesquisa, as atividades da indústria que tiveram maiores quedas no período foram a impressão e reprodução de DVDs e discos (-81,7%), a categoria “Outros equipamentos de transporte” (-37,8%); a fabricação de máquinas e equipamentos (-22,4%) e fabricação de equipamentos de informática e eletrônicos (-22,2%). 

Apesar da queda no desempenho da indústria amazonense, três das dez atividades tiveram bom resultado em janeiro: a fabricação de produtos de borracha (15,7%), a fabricação de bebidas (10,1%) e a fabricação de produtos de metal (5,1%).