Manaus, 19 de abril de 2024
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Informais lotam as ruas de Manaus e já são 59,5% dos trabalhadores no AM

O Amazonas tem a segunda maior taxa de informalidade do Brasil, segundo o IBGE, quase 6 a cada 10 trabalhadores não possuem emprego formal

Informais lotam as ruas de Manaus e já são 59,5% dos trabalhadores no AM

(Foto: Portal Amazonas1)

MANAUS, AM –A taxa de desemprego no Amazonas caiu no terceiro trimestre deste ano, porém, a informalidade alcançou 59,5% dos trabalhadores amazonenses, colocando o estado em segundo lugar no índice de informalidade. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua Trimestral, divulgada na terça-feira (30) pelo IBGE.

Em números, a taxa de desocupação do Amazonas no 3º trimestre (13,4%) alcança 2,3 pontos percentuais  – inferior à taxa registrada no 2º trimestre do ano (15,8%), e 3,4 pontos percentuais a menos do que a registrada no 3º trimestre de 2020 (16,9%).

Essa realidade é vista diariamente nas ruas de Manaus, onde calçadas, canteiros e semáforos se tornaram pontos de vendas de diversas mercadorias, que vão desde alimentos até objetos para casa. Dessa forma, quase 6 a cada 10 trabalhadores do Amazonas não possuem vínculo empregatício formal.

Imigrantes

Além da pandemia da Covid-19, a quantidade de imigrantes na capital amazonense, que se tornou rota de venezuelanos e haitianos há cerca de 11 anos, também contribui para o aumento de trabalhadores informais nas ruas.

Para o sociólogo e professor da Universidade Federal do Amazonas, Luiz Antônio Nascimento, o Brasil vive atualmente uma das crises econômicas mais agudas e taxa de informalidade é resultado da falta de políticas públicas, principalmente que atendam aos imigrantes.

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“O governo brasileiro não tem implementado nenhuma política econômica que pudesse ser geradora de trabalho, emprego e renda e, ao mesmo tempo, não tem nenhuma política de amparo a essas milhares de famílias desassistidas restando a cada uma das pessoas, ao seu modo, buscar sobreviver”, afirmou.

Um desses trabalhadores é o venezuelano Edison Tirado, 26, que vende bananas em um cruzamento na zona Oeste de Manaus. Há dois anos na capital amazonense, ele tentou conseguir emprego formal, mas esbarrou em várias dificuldades.

“Primeira dificuldade que tive foi pela pandemia, também não tenho documentação aqui do Brasil e muitas pessoas têm medo de contratar por multa, por algum problema”, contou.

Atualmente o acolhimento de imigrantes tem assistência do Exército Brasileiro, da Acnnur, agência da Organização das Nações Unidas (ONU) para refugiados; Organização Internacional para Migrações (OIM); Federação Fraternidade Humanitária Internacional e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). Para o professor, no entanto, o Amazonas precisa desenvolver melhor essa assistência.

“Essas pessoas que imigraram, imigraram por necessidade e o Brasil, historicamente, sempre acolheu essas famílias e os estados brasileiros mais pujantes, que melhor se posicionam no desenvolvimento econômico social são aqueles que melhor e mais acolheram imigrantes na sua história e o mesmo poderia dizer em relação aos países”, concluiu.

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