Manaus, 18 de abril de 2024
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Economia

IPI: Fieam diz que decreto de Bolsonaro traz incertezas para investidores: ‘somos muito isolados’

Ambiente de negócios foi prejudicado, analisa vice-presidente da Federação das Indústrias.

IPI: Fieam diz que decreto de Bolsonaro traz incertezas para investidores: ‘somos muito isolados’

Manaus (AM) – O 1o vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Nelson Azevedo, disse ao Portal AM1 que dadas as peculiaridades do Amazonas e as dificuldades de logística do Estado, “qualquer medida que venha reduzir qualquer alíquota tributária de incentivo da Zona Franca de Manaus reduz a competitividade com os demais polos brasileiros”.

Segundo o vice-presidente, os produtos fabricados no Polo Industrial de Manaus (PIM) perderam 8%, deixando os produtos do PIM mais caros que os fabricados em outros polos da Região Sul e Sudeste.

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“Nós somos muito isolados, temos problemas de logística. Tudo o que nós usamos aqui, nós temos que trazer de fora, produzir e agregar e montar o produto e mandar de volta. Quer dizer, são duas pernadas de transporte. E aí fica muito difícil nas vantagens comparativas e dada a insegurança jurídica que é dada para o investidor, para a Zona Franca de Manaus fica na dúvida, se perguntando se daqui uns dias não vai ser mexido mais e, se vale a pena se instalar em Manaus”, explicou Azevedo.

Outra coisa a ser analisada, conforme o empresário e vice-presidente da Federação das Indústrias, é a atitude do presidente Bolsonaro. “Ele prometeu e não cumpriu, e isso, não tenha dúvida nenhuma, gera uma inquietação muito grande. Mas ainda temos esperança que ele faça a modificação devida”, destacou.

Azevedo disse, ainda, que da forma como está o modelo a Zona Franca ainda é atrativa para investimentos e apontou que o Conselho de Desenvolvimento do Estado do Amazonas (Codam) e o Conselho de Administração da Suframa (CAS) seguiram normalmente as reuniões bimensais, cumprindo suas pautas, pontuou ele insistindo que “essa dúvida quanto à decisão do presidente da República gera muita expectativa na tomada de decisão do investidor.”

O corte de 25% na alíquota do IPI, anunciado em fevereiro, segundo os investidores, traz uma perda de arrecadação de R$ 19,5 bilhões em 2022.