Foto: Divulgação/ Instagram
Manaus (AM) – O Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) determinou, na última quarta-feira (29), a prisão definitiva de Luciane Barbosa Farias, que ficou conhecida como “Dama do Tráfico” após uma reportagem da Folha de São Paulo. A decisão foi proferida pela juíza Rosália Guimarães Sarmento no âmbito do processo penal que resultou na condenação de Luciane a dez anos de prisão pelos crimes de associação para o tráfico de drogas, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
Luciane é esposa de Clemilson dos Santos Farias, conhecido como “Tio Patinhas”, uma das principais lideranças da facção criminosa Comando Vermelho no Amazonas. Ela vinha recorrendo da sentença em liberdade. No entanto, com o esgotamento dos recursos, a decisão tornou-se definitiva, levando à decretação de sua prisão.
As investigações indicam que Luciane desempenhava um papel estratégico dentro da facção criminosa, atuando na “inteligência financeira” do grupo. Segundo a promotoria, ela ocultava recursos provenientes do tráfico de drogas por meio da compra de veículos de luxo, imóveis e empresas de fachada, conhecidas como “laranjas”.
Visita polêmica
Luciane se apresenta como presidente do Instituto Liberdade do Amazonas (ILA), organização que supostamente defende os direitos humanos e fundamentais dos presos. Entretanto, o Ministério Público do Amazonas apontou no processo que gerou sua prisão que o crime organizado seria o verdadeiro financiador das atividades da entidade.
No ano passado oi revelado que Luciane participou de reuniões no Ministério da Justiça durante a gestão de Flávio Dino. Ela esteve presente em dois encontros com autoridades da pasta: em março 2024 reuniu-se com Elias Vaz, então secretário de Assuntos Legislativos, e, em maio do mesmo ano, com Rafael Velasco Brandani, chefe da Secretaria Nacional de Políticas Penais. No entanto, seu nome não consta nas agendas oficiais desses representantes mas fotos nas redes sociais mostram que ela esteve sim no ministério.
Por conta dessa visita, o Jornal Folha de São Paulo fez uma reportagem que gerou polêmica. A situação gerou também muita pressão sobre Flávio Dino, indicado por Lula ao Superior Tribunal Federal (STF).
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