
(Foto: Divulgação/Agência Senado)
Manaus (AM) – Os senadores Omar Aziz (PSD) e Eduardo Braga (MDB) silenciaram sobre a declaração do presidente Lula (PT) em relação à escolha de Manaus para sediar algumas partidas da Copa do Mundo de 2014.
Durante um evento em Belém, no Pará, no último fim de semana, Lula afirmou que a Copa deveria ter sido realizada na capital paraense, e não em Manaus. A fala gerou forte reação entre os amazonenses e reacendeu a rivalidade entre as duas capitais.
Aliados do presidente, os senadores evitaram falar sobre o assunto quando questionados pelo Portal AM1 nesta segunda-feira (17). Além disso, a reportagem analisou as redes sociais dos ex-governadores do Amazonas e não encontrou qualquer posicionamento sobre o tema.
Enquanto os políticos se mantêm em silêncio, o debate se espalhou pela internet, com eleitores criticando a declaração do presidente.
Cidade-sede da Copa de 2014
A escolha por Manaus envolveu vários fatores estratégicos, políticos e estruturais estabelecidos pela Fifa, como infraestrutura, logística, segurança e capacidade de investimento. Manaus apresentou um projeto mais alinhado a esses requisitos, especialmente no que diz respeito a investimentos em mobilidade e modernização do estádio.
Mas segundo o presidente da República, a escolha foi feita por “motivos óbvios”, sem detalhar a justificativa.
Na época, Omar era governador do Amazonas e evitava falar com a “imprensa do Sul”, como ele classificou as perguntas feitas pelos jornalistas de fora do Amazonas, em relação à construção da Arena da Amazônia.
Vale ressaltar que, meses antes de a Copa do Mundo ocorrer, Omar renunciou ao cargo de governador para disputar o Senado, em Brasília. Já em 2015, durante a CPI do Futebol, Omar admitiu que a Arena da Amazônia era um “elefante branco” no estado que custou R$ 669 milhões aos cofres públicos.
“Como governador do meu Estado, tive que construir uma estrutura toda para a Copa do Mundo [em 2014]. Tive que construir uma arena, que é um estádio muito bonito, tive de construir dois centros de treinamento, mas não há futebol no meu Estado. Nós estamos na Série D, capengando. O Estado tem uma estrutura fantástica para absolutamente nada”, disse o senador na época.
Já Eduardo Braga, que também foi governador do Amazonas antes de Omar Aziz, entre 2003-2010, fez um grande esforço para garantir que Manaus fosse escolhida, apresentando projetos e garantindo investimentos necessários. Esse apoio político foi crucial na decisão da CBF e da FIFA escolher Manaus e não Belém.
No entanto, por ser aliado político de Lula, o silêncio do senador pode ser interpretado como uma postura conveniente, de olho nas suas articulações políticas para 2026, ou apenas escancara sua seletividade em defender os interesses do Amazonas.
Como ex-governador e figura política influente, Braga sempre soube se posicionar quando lhe convinha, mas agora, diante de uma fala que desvaloriza Manaus e reforça uma rivalidade histórica com Belém, opta por se calar.
LEIA MAIS:
- Enquanto cesta básica fica mais cara no AM, Omar Aziz foca em atacar a COP em Belém
- Lula minimiza Amazonas e reacende polêmica sobre a Copa de 2014
Não deixe de curtir nossa página no Facebook, siga no Instagram e também no X.