Manaus, 3 de julho de 2025
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Cenário

Lula minimiza Amazonas e reacende polêmica sobre a Copa de 2014

Declaração do presidente sobre a escolha do Amazonas como sede da Copa do Mundo de 2014 gera críticas de políticos e eleitores.

Lula minimiza Amazonas e reacende polêmica sobre a Copa de 2014

(Foto: Ricardo Stuckert/PR)

Manaus (AM) – A declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a escolha do Amazonas como sede da Copa do Mundo de 2014 gerou repercussão e críticas. Durante sua visita a Belém (PA) na sexta-feira (14), Lula afirmou que o estado do Norte que deveria ter recebido o evento esportivo era o Pará.

“Da mesma forma que foi a Copa do Mundo; o estado do Norte que deveria receber a Copa do Mundo era o Pará. Eu sabia disso, mas quem escolheu foi a FIFA, não fui eu, e eles escolheram o Amazonas por razões óbvias que vocês conhecem”, declarou o presidente. A fala rapidamente viralizou nas redes sociais.

 

O senador Plínio Valério (PSDB), opositor do governo no Senado, criticou a declaração e questionou: “Quais são essas razões óbvias?”. Em uma publicação, Plínio defendeu que o Amazonas é o estado mais preservado do Brasil e que Manaus seria a escolha natural para sediar a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30).

“O Amazonas é o estado mais preservado do Brasil, e Manaus seria a escolha natural para sediar a COP. No entanto, por motivos que desconhecemos, o presidente Lula ignora essa realidade e desrespeita o Amazonas, excluindo nosso estado de investimentos e oportunidades. Pagamos um preço alto por esse descaso”, afirmou Plínio.

Reação da população

A declaração do presidente Lula não foi bem-recebida por parte do eleitorado amazonense. Usuários das redes sociais criticaram o posicionamento do presidente ao resgatar um evento realizado há mais de uma década.

“O Amazonas tem toda a infraestrutura necessária para receber um evento desta magnitude, sem falar que é onde está uma das maiores biodiversidades do planeta. Mas, infelizmente, não foi escolhido, a pergunta é: que interesses impediram a execução desse evento no Amazonas?”, questionou uma internauta.

Infraestrutura

Belém foi escolhida pelo governo federal para sediar a COP30, evento que discute medidas para conter as mudanças climáticas e promover ações ambientais. A decisão pode ter sido influenciada por fatores políticos, já que o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), integra um partido aliado ao governo federal, enquanto o Amazonas é governado por Wilson Lima (União Brasil), partido de oposição.

Com pouca infraestrutura para um evento dessa magnitude, Belém está recebendo investimentos federais de R$ 4,7 bilhões em obras de saneamento, drenagem, mobilidade urbana e ampliação da rede hoteleira. Entre as melhorias, estão a construção de cinco viadutos, a conclusão do BRT Metropolitano e a ampliação da Rua da Marinha.

Apesar dos investimentos, um levantamento do jornal O Globo, divulgado em novembro de 2024, apontou um déficit de 43 mil leitos para acomodar os participantes da COP30. A Região Metropolitana de Belém possui cerca de 12 mil leitos, dos quais 864 pertencem a hotéis de luxo. O público estimado para o evento varia entre 40 mil e 60 mil pessoas, enquanto a COP28 recebeu 80 mil participantes credenciados.

Uma das alternativas discutidas para suprir a demanda de hospedagem é a utilização de transatlânticos atracados no porto de Belém, que poderiam oferecer cerca de 4.500 quartos adicionais.

 

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