Lula perde cada vez mais popularidade entre brasileiros, apontam pesquisas

(Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)

Manaus(AM) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não vive um bom momento, e em meio aos baixos índices de popularidade desde que retornou ao Palácio do Planalto, em janeiro do ano passado.

A queda na popularidade de Lula já foi atestada pelas principais pesquisas de opinião como o instituto Genial/Quest, Ipec e Data Folha, que apontaram que a aprovação ao atual governo petista vem caindo cada vez mais, enquanto a reprovação cresce.

Durante um evento no Rio Grande do Sul, na última sexta-feira (15), Lula chegou a reconhecer a queda em seus índices de aprovação e disse que encarava o resultado com serenidade. “Estamos aquém do que o povo esperava”, afirmou o presidente da República.

“A imprensa me falou: ‘O Lula perdeu popularidade’. E eu falei: ‘Tudo bem’. É porque eu estou aquém do que o povo esperava que eu estivesse, eu não estou cumprindo aquilo que prometi. E eu tenho consciência de que não estou cumprindo”, afirmou.

Declarações controversas

Além da queda na aprovação de Lula e de seu governo, o presidente também é criticado por declarações sobre a guerra de Israel e o grupo Hamas e as eleições venezuelanas. Lula chegou a ser considerado como “persona non grata” em Israel, após comparar a ação militar do país liderado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu ao período do Holocausto. Extermínio do povo judeu pela Alemanha nazista de Adolf Hitler durante a Segunda Guerra Mundial.

Em relação à Venezuela, Lula é um dos poucos líderes de relevância global que manifestam apoio ao ditador Nicolás Maduro. O presidente brasileiro comemorou a definição de uma data para o pleito venezuelano e afirmou que é preciso dar chance à Venezuela para realizar eleições livres e democráticas. O presidente brasileiro foi criticado por Corina Machado, principal opositora do regime, que foi impedida de concorrer à Presidência e está inabilitada e sem direitos políticos por 15 anos.

Como avalia o especialista?

Na avaliação do cientista político amazonense, Carlos Santiago, Lula venceu a última eleição para presidente mais acirrada da histórica política do Brasil. E mesmo o governo tendo um bom desempenho na economia, e executado os programas sociais, mesmo assim, a sociedade vive uma polarização entre os partidários do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e os aliados de Lula.

“O país continua como aconteceu nas eleições, dividido. Isso promove uma popularidade ao governo muito aquém a pretendida pelo atual presidente. Soma-se a isso, o fato de que há uma conjuntura nacional e internacional de opinião muito negativa em relação aos governantes tanto nos Estados Unidos quanto na Europa e nas Américas há uma desconfiança muito grande da população e eleitorado em relação aos seus mandatários”, explicou.

Carlos Santiago ainda destacou que o momento negativo não é um fenômeno apenas brasileiro, mas internacional. E avalia que os opositores estão crescendo nessa onda negativa dos atuais governantes.

“Para que aja uma mudança desse quadro político e o governo federal melhore o seu desempenho nas pesquisas é necessário uma promoção ainda maior de políticas públicas de maiores realizações e mudar o debate político nacional, para conquistas e realizações de obras, para melhoria da economia e da qualidade de vida dos brasileiros. Se o Lula não fizer um governo extraordinário não terá um governo bem avaliado diante dessa polarização que acontece no Brasil. Seus adversários usam bastante pautas de costumes, ligadas a questões morais, familiares e que diante de um país conservador, de uma mente conservadora ainda com valores conservadores é muito difícil não catalisar apoiadores. Lula precisa melhorar muito o seu governo para alcançar um melhor desempenho popular nas pesquisas”, analisou Santiago.