Manaus 354 anos: as mudanças e o impacto cultural e social no Centro Histórico

(Foto Divulgação/Manaus de Antigamente)

Manaus (AM) – Em entrevista ao Portal AM1, a pedagoga Gisela Braga, que é apaixonada por história e dona da página ”Manaus de Antigamente”, no Facebook, explica que o Centro Histórico já passou por várias fases ao logo do tempo e, hoje, um dos maiores problemas do local é a falta de segurança.

Para Gisela, o Centro Histórico da capital não é mais visitado porque as pessoas se sentem inseguras ao trafegar por ele, durante o dia ou à noite. Segundo ela, há necessidade de uma atenção maior da parte da segurança pública, em questão de policiamento e patrulhamento, para que os populares se sintam mais confortáveis ao visitar o local.

Gisela ressalta a questão do crescimento da população de dependentes químicos e moradores de rua, nos arredores do Centro Histórico, e diz que esse já não é mais um problema de segurança, e sim de saúde pública.

“A questão do crescimento das cracolândias é uma realidade em várias cidades brasileiras, e em Manaus não é diferente. Eu acredito que essa população cresceu bastante desde o período da pandemia, principalmente, aos arredores do Mercado Municipal e da Igreja dos Remédios, e precisa haver um trabalho efetivo das secretarias de assistência social, principalmente, porque esses casos não são mais de segurança, e sim, de saúde pública. Você não pode falar em turismo ou em ocupação cultural sem falar da humanização dessas pessoas”, argumenta.

Teatro Amazonas

Durante a entrevista, a pedagoga também fala um pouco sobre a história do Teatro Amazonas. Você sabia que o monumento histórico já ficou abandonado na década de 60? Hoje, com 127 anos desde, a sua criação, o teatro é o símbolo da capital amazonense e foi escolhido, por um site português, como o edifício mais bonito do Brasil em uma pesquisa on-line.

Galerias pluviais

Ainda de acordo com Gisela, um dos assuntos que mais causam curiosidade nos manauaras, atualmente, são as galerias subterrâneas que têm sido muito comentadas após o surgimento de crateras no cruzamento das avenidas Eduardo Ribeiro e 7 de Setembro, que deixaram à mostra parte das galerias.

As galerias foram construídas com tecnologia inglesa e passaram por um processo de urbanização, porém, com a subida e descida dos rios, é necessário que o poder público tenha uma atenção maior a esses pontos, para que as crateras não venham aumentar e assim danificar algum ponto histórico.

Falta de arborização

Braga finaliza falando um pouco sobre o desmatamento e da destruição das áreas verdes em decorrência do crescimento desordenado de áreas urbanas.

“A gente tem uma cidade que cresce, e cresce bastante, mas o verde diminui. A gente consegue perceber a quantidade de mata que sumiu ao longo dos últimos 30 anos, então há necessidade de se discutir políticas de meio ambiente, não só para as áreas do centro, mas também dos bairros adjacentes e áreas que estão surgindo agora.” comentou.

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