A cobertura de tratamento de esgoto é minima, em Manaus (Foto: Divulgação)
Em 2017, quase duas mil pessoas foram internadas em Manaus com doenças de veiculação hídrica e, 34 morreram vítimas dessas mesmas doenças, como diarreias, amebíases e disenterias, para citar algumas, que são diretamente relacionadas à falta de saneamento básico e à inexistência de coleta de esgoto. Os dados fazem parte do Painel Saneamento Brasil, divulgados na semana passada pelo Instituto Trata Brasil.
Considerados os números mais recentes, o estudo traz à tona uma realidade que é vivida ano após ano pelos moradores de diversas áreas da capital amazonense, principalmente os bairros mais periféricos: de que 87,7% da população naquele ano, ou seja, 1.869.202 pessoas não possuem ou não têm acesso à coleta de esgoto.
Além disso, o levantamento mostra que 10,7% da população manauense, o equivalente a 228.889 pessoas, não têm acesso à água tratada e potável.
Procurada, a Prefeitura de Manaus minimizou os dados e afirmou que se referem a 2017, portanto, de 2 anos atrás. “Não entendi (…) Estamos em 2019 e, hoje, 98% da população tem acesso a água. Sobre a falta de coleta de esgoto, esses dados são de quando ainda estava a empresa antiga”, disse o prefeito Arthur Neto, se referindo à atual concessionária de água, Manaus Ambiental, que assumiu a concessão em 2018.
“Essa que está agora, é uma empresa que é sócia do Banco Mundial, do Fundo Soberano de Cingapura e que tem o compromisso de entregar, em 2030, 80% de saneamento na cidade e, eu quero chegar ao final do meu mandato, com 30% de coleta de esgoto”, acrescentou o prefeito de Manaus.
Concessionária se defende
Em nota enviada à redação do Amazonas1, a empresa Manaus Ambiental argumenta que esses dados do Instituto Trata Brasil não alcançam o período de gestão da concessionária, que assumiu a concessão em junho de 2018 e, que, em mais de um ano, a empresa já alavancou o abastecimento de água para 98% da população e a meta é fechar 2019 com 20% de cobertura de tratamento de esgoto na capital amazonense, chegando a cerca de 430 mil pessoas.
Conforme a nota, a concessionária afirma que vem trabalhando para melhorar as condições de acesso ao saneamento básico e ampliar a cobertura do esgotamento sanitário na capital amazonense. A meta da empresa é chegar em 2030 com 80% de cobertura no tratamento de esgoto e investimentos da ordem de R$ 3 bilhões.
A empresa explica, ainda, que tem realizado melhorias para levar água tratada a locais mais vulneráveis, como becos e palafitas, e modernizado redes e hidrômetros em diversos bairros de Manaus.
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