Manaus, 19 de março de 2024
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Cidades

Família pede justiça pela morte de soldado de 18 anos do Exército

No reconhecimento do corpo no IML, foram constatados, pela família do soldado Jhonatha Corrêa Pantoja, hematomas e sinais de tortura

Família pede justiça pela morte de soldado de 18 anos do Exército

Foto: Del Lima - Portal AM1

Familiares do soldado Jhonatha Corrêa Pantoja, 18, do Exército Brasileiro (EB), que morreu após ser atingido com um tiro de fuzil dentro do 7º Batalhão de Polícia do Exército, realizaram uma manifestação neste sábado (08), em frente ao batalhão localizado na avenida São Jorge, zona Oeste de Manaus. Com faixas, cartazes e gritos de justiça, parentes e amigos de Jhonatha afirmam não acreditar na versão de suicídio apresentada pelo Exército.

A morte de Jhonatha foi registrada por volta das 3h da última segunda-feira (03), mas a família do jovem só foi comunicada quatro horas após o ocorrido. No reconhecimento do corpo no Instituto Médico Legal (IML), foram constatados, pela família, hematomas e sinais de tortura.

“Pro [sic]  Brasil todo ver, não foi suicídio. Isso foi assassinato, matou nosso primo, da nossa família. Nós queremos justiça, queremos saber a verdade. Isso não foi suicídio”, disse uma prima.

O ato de protesto dos familiares iniciou às 8h deste sábado e reuniu mais de 30 pessoas em frente ao Batalhão. A Polícia Militar do Amazonas (PM-AM) acompanhou a manifestação.

Outro familiar de Jhonatha relata que o sonho do jovem era servir e que ele era um ‘menino trabalhador, humilde e que ajudava a avó’. “Eles querem abafar o caso, a gente não aceita isso. O Jhonatha era cheio de sonhos, ele quis isso. Agora eles pegam e tiram a vida dele com 18 anos. A gente não quer dinheiro, a gente quer a verdade. Justiça seja feita, porque isso não pode ficar assim”.

As imagens do corpo de Jhonatha foram expostas nos cartazes carregados pelos manifestantes, nos quais mostram perfurações e hematomas por todo o corpo do jovem.

Um dos tios do soldado apontou diversas irregularidades nas medidas adotadas pelo Exército após a morte de Jhonatha. “Eu vi que estava tudo errado, que algumas coisas não batiam. Se ele morreu às 3h da manhã, deu entrada no hospital nesse horário, por que foram nos avisar só 7h, 7h40? Por que só nos avisaram depois que o corpo estava no IML? Por que levaram a farda do Jhonatha do IML sem fazer as devidas perícias cabíveis. Por que o celular do Jhonatha até agora não entregaram? Fica difícil de entender”.

Assista à live do Portal AM1 direto da manifestação: 

Manifestação pela morte do soldado Jhonatha Pantoja

Publicado por Amazonas1 em Sábado, 8 de agosto de 2020

O caso

À polícia, o coronel Boeri, comandante do 7º BPE, informou que o soldado do “Efetivo Variável” estava de plantão e fazia a segurança do quartel no momento do crime. Outros militares da corporação ouviram o disparo e encontraram Jhonatha agonizando.

O militar foi levado de ambulância para o Hospital e Pronto-Socorro (HPS) 28 de Agosto, na zona Centro-Sul, onde morreu por volta das 3h30. O corpo foi removido por uma equipe do IML.

Em nota, o Comando Militar da Amazônia (CMA), informou que o soldado Jhonatha Corrêa Pantoja, do 7º BPE, encontrava-se de serviço no aquartelamento, quando foi vítima de disparo de arma de fogo. Um Inquérito Policial Militar (IPM) foi aberto para identificar as causas e as condicionantes do episódio.

O corpo de Jhonatha foi levado para Borba na terça-feira (04). Jhonatha era natural do município e veio para Manaus com o intuito de servir o Exército Brasileiro. O jovem estava servindo há cerca de seis meses.

 

(*) Matéria com colaboração da repórter Ananda Chamma – Portal AM1

 

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