Manaus, 26 de abril de 2024
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Manaus, 26 de abril de 2024

Cidades

Motoristas de aplicativos utilizam rastreadores para reforçar segurança

Grupo procura meios para se protegerem do avanço da insegurança, pois reclamam da falta de apoio das autoridades policiais

Motoristas de aplicativos utilizam rastreadores para reforçar segurança

Motoristas de aplicativo de Manaus buscam meios para se protegeram da violência (Foto: Divulgação)

Diante do avanço da insegurança, dos assaltos e assassinatos vitimando motoristas de aplicativo em Manaus, grupos que trabalham no segmento estão adotando e criando meios alternativos para se protegerem. Um exemplo são mecanismos de rastreio para que se comuniquem internamente e, dessa forma, tentarem se proteger ao máximo possível. Eles reclamam da falta de suporte da polícia para investigação dos criminosos.

De acordo com o motorista Samuel Augusto, a cidade conta com vários grupos e equipes de motoristas de aplicativos, que utilizam programas de rastreamento e radio comunicação entre eles e os administradores dos grupos, passando  informação uns aos outros, sobre localização, próximos destinos e ocorrências e contam com o apoio da Polícia Militar do Amazonas (PM-AM).

“Infelizmente nem todos os motoristas de aplicativo querem aderir ou entrar nesses grupos de rastreio e comunicação, muitos rodam só, como era o caso do nosso colega Higson Cavalcante Ramos. Ele não participava de equipe, e infelizmente aconteceu essa fatalidade, mas mesmo eles rodando só, nós nos prontificamos com a situação e ajudamos nas buscas”, relatou Samuel Augusto membro da equipe “Os Parças”.

Conforme informações coletadas, esse ano já foram registrados três assassinatos envolvendo motoristas de aplicativo de mobilidade urbana e dezenas de assaltos a esses condutores. O Amazonas1, entrou em contato com a Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros do Amazonas (DEHS-AM) para saber da resolutividade desses crimes, mas até a publicação desta matéria não havia obtido retorno.

Situação de perigo 

Ao ser questionada sobre a resolutividade da plataforma em ocorrências fora do comum com passageiros, a motorista de aplicativo, Soraia Belizario, explicou que, quando sofrem um assalto ou alguma anormalidade com o cliente, eles procuram a central do aplicativo, que retornam a ligação imediatamente. “Sempre tive um retorno rápido da central”, elogiou o feedback da empresa.

Soraia informou que participa de um grupo que todos a seguem e sabem da sua localização, a partir do momento que pego a corrida e inicia o destino. “Desde daí, eles passam a me acompanhar também, o grupo é particular”, acrescentou. Ela conta que largou o emprego para aderir a profissão de motorista de aplicativo, garantindo que o apoio desses meios alternativos de seguranças ajudam a evitar assaltos.

As ocorrências acionadas e registradas pelos motoristas são reportadas às plataformas de aplicativos apenas por e-mail ou no próprio programa, não tem reunião presencial para relatar o fato ocorrido.

Já o motorista Samuel Augusto, reclama desse método de atendimento e retorno da resolutividade dos casos, por parte das empresas de aplicativos.

“Eles não ajudam em nada, não facilita nem na investigação, tudo o que os aplicativos pensam é no seu ganho próprio, o motorista pra eles é mero peão. Se você reportar pro aplicativo que foi assaltado, ele não te dá nenhum suporte nenhum apoio e se você reclamar muito eles acabam te banindo da plataforma, sempre foi assim”, lamentou.

“Iremos tentar entrar com advogados pra reverter essa situação, pois somos um grupo de quase 16 mil motoristas de aplicativos e juntos somos mais fortes”, disse.

A reportagem entrou em contato com as empresas de aplicativos por e-mail questionando posicionamento mediante aos fatos ocorridos e as resolutividades, mas não obteve retorno.