Depois de sete dias de manifestações contra questões raciais no mundo, na capital amazonense, um perfil no Twitter e Instagram chamado “Autodeclaradoam” denunciou várias pessoas por supostamente fraudarem as cotas raciais da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). Segundo a denúncia, todos são brancos (e alguns até ruivos) e de classe média.
Um levantamento feito pelo jornal o Estado de S. Paulo em 2018 apontou a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) com o maior número de suspeitas de fraude no sistema de cotas, com oito fraudes comprovadas.
Em nota, a UFAM informa que tem ciência das denúncias expostas nas redes sociais e salienta que os alunos têm consciência das declarações e documentos entregues no ato da matrícula na instituição de ensino. “A Universidade Federal do Amazonas vem ao público esclarecer que tem ciência das denúncias feitas, formalmente, à instituição. Todas as denúncias recebidas pelos canais oficiais são apuradas. Vale salientar que a Universidade parte do pressuposto legal de validade da autodeclaração, quando o candidato assume toda a responsabilidade pela declaração prestada no ato da matrícula”, diz a nota.
“Estamos cansados com a falta de cuidados das universidades e de pessoas privilegiadas se aproveitando de cotas. Cota não é esmola, preparem-se para exposições”, escreveu o perfil @autodeclaradoam.
Denúncia
No perfil, os denunciantes informam que além de fraudarem cotas raciais, alguns tinham perfis racistas e apoiadores de armas.
A aluna P. C. A. S, que cursou Ciências Humanas em 2014, passou na cota de “Pretos, Pardos e Indígenas”, teria dado para alguns alunos e professores cuscuz como o nome ‘Cuscuz Klã’ quando foi apresentar o seu TCC.
Já aluna L. M, que continua cursando medicina na Ufam, é uma forte apoiadora do presidente Bolsonaro e do uso de armas.
Alguns colegas dos supostos fraudadores saíram em defesa deles nas redes sociais. “O processo vem. L. estudou a vida inteira na rede pública. Moradora do Petrópolis, passou em primeiro lugar! Aguarde baby”, disse Fe Oliveira.
Vários seguidores da página apoiaram a denúncia. “Isso tem nome: FRAUDE”, disse o seguidor Edu.
“E o cara que mentiu sobre a sua raça? Não vai ser processado pq?”, disse Jenia Albuquerque.
Alguns seguidores ainda aguardam os alunos da UEA, que supostamente tenham burlado o sistema de cotas. “Expõe logo os da UEA”, disse Giovana Praia.
Nota da UFAM
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