Manaus (AM) – O relatório final da Polícia Federal (PF), que apura a tentativa de golpe de Estado, menciona seis vezes o tenente-coronel Hélio Ferreira Lima, oficial do Exército que esteve à frente da 3ª Companhia de Forças Especiais de Manaus entre dezembro de 2023 e fevereiro de 2024. Na tarde da última terça-feira, dia 26, o material foi enviado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), à Procuradoria-Geral da República (PGR) para as providências necessárias.
O documento, com 884 páginas, aponta Lima como membro de dois núcleos da organização investigada. A PF afirma, neste documento, que Hélio Ferreira Lima teria atuado em dois grupos: o de “desinformação e ataques ao sistema eleitoral” e o “operacional de apoio às ações golpistas”.
Segundo as investigações, Hélio e o ex-ajudante de Ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro trocavam mensagens tentando a todo custo obter dados, inclusive com uso de hackers, para colocar em descrédito as eleições presidenciais que terminou com a vitória de Lula e Alckmin.
Provas contra Hélio
Ele chegou a compartilhar com Cid, no dia 31 de outubro de 2022, um arquivo em formato PDF, segundo ele, enviado por Cavaliere, em que um estudo em língua inglesa colocava em xeque o sistema brasileiro. A PF conseguiu localizar em pesquisa na internet um documento similar ao compartilhado entre os militares.
No dia 2 de novembro, a PF afirma que Hélio Ferreira encaminhou um novo arquivo em ‘PDF para Mauro Cid intitulado “Fraude nas Urnas 2022”. As mensagens trocadas insinuam inconsistências nos códigos-fontes das urnas eletrônicas utilizadas nas eleições de 2022.
Após várias trocas de mensagens com Mário Cid e o insucesso na busca de provas para comprovar a fraude nas eleições, diz o relatório, o ex-ajudante de Ordens reafirma a Hélio Ferreira que foram realizados os testes sugeridos pela pessoa citada por Hélio, mas que não havia provas.
Sobre o inquérito
O inquérito é resultado de uma série de trabalhos que, inclusive, contam com busca e apreensão nas casas de Jair Bolsonaro. Dos 37 indiciados, 25 são militares das Forças Armadas, da ativa ou da reserva, sendo que cinco deles atuam ou já atuaram em estruturas no estado do Amazonas. O documento final da PF não faz menção, no entanto, ao general de Brigada Combatente Nilton Diniz Rodrigues, que ocupou o cargo de comandante da 2ª Brigada de Infantaria de Selva, em São Gabriel da Cachoeira, e atualmente atua como chefe de Coordenação de Operações Logísticas Exército. Nilton também foi citado em outras investigações como suspeito de atuar na tentativa de golpe.
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