Manaus, 7 de maio de 2024
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Manaus, 7 de maio de 2024

Cidades

Moradores do Crespo falam sobre a rotina de viver com medo

Mesmo com forte policiamento, moradores do Crespo relataram à equipe de reportagem do Amazonas1 que o temor toma conta da população.

Moradores do Crespo falam sobre a rotina de viver com medo

Algumas casas foram abandonadas pelos moradores (Carlos Bolívar/Amazonas1)

Olhares de medo, angústia e aflição estão estampados nos rostos dos moradores do bairro Crespo, na zona Sul de Manaus, mesmo com o patrulhamento intensivo e de forma diurna de policiais militares. O cenário encontrado pela equipe de reportagem do Amazonas1, nesta quinta-feira, 31, no local do confronto entre polícia e supostos traficantes, foi de desolação.

Muitas casas estão abandonadas e algumas estão disponíveis para venda. Relatos de moradores, que preferem não se identificar com medo de represálias de criminosos, retratam o que aconteceu no dia do confronto entre policiais militares da Ronda Ostensiva Cândido Marinho (Rocam) e supostos traficantes.

Bairro terá patrulhamento de 24 horas feito por policiais militares (Carlos Bolívar/Amazonas1)

“Foi uma barulheira, isso aqui tava tudo uma correria. Ninguém estava sabendo o que tava acontecendo, mas todos ouviram tiros. Hoje, já mais calmo, mas todo mundo com medo. Se dependesse da gente, a gente já tava morando fora há muito tempo”, disse uma moradora.

“Tenho que pegar meu filho na escola; vou esperar eles acabarem”

O Amazonas1 acompanhou uma incursão de policiais militares na manhã desta quinta-feira, 31, por volta das 11h, no Beco JB Silva, e percebeu uma mulher, de aproximadamente 52 anos, que estava a caminho da escola do filho para buscá-lo. Ela disse que, mesmo com a chegada dos policiais, os moradores ainda se sentem desprotegidos.

Mesmo com policiais no local moradores dizem sentir medo. (Carlos Bolívar/Amazonas1)

 

“Olha só, todo dia é isso. Preciso ir buscar meu filho na escola, mas vou esperar eles acabarem. Eu quero ir embora daqui (do bairro). Não aguentamos mais”, desabafou.

O horário era o momento no qual os policiais entravam no beco para realizarem uma vistoria, e o mesmo momento em que ela teria que buscar o filho na escola.