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Ataques com faca deixam 3 mortos e uma pessoa decapitada na França

Dois outros ataques ocorreram na manhã de quinta-feira, um na França e um na Arábia Saudita

Ataques com faca deixam 3 mortos e uma pessoa decapitada na França

Foto: Eric Gaillard/Reuters

Segundo o prefeito da cidade, Christian Estrosi, foi um “ataque terrorista no coração da basílica de Notre-Dame”.

Uma vítima idosa que veio orar foi “praticamente decapitada”. Um suspeito foi baleado e detido pouco depois.

Estrosi falou de “islamo-fascismo” e disse que o suspeito “repetiu incessantemente ‘Allahu Akbar’ (“Alá é o maior”, em português)”.

Os promotores nacionais antiterror da França abriram um inquérito de assassinato. Estrosi comparou o ataque ao recente assassinato do professor Samuel Paty, que foi decapitado perto de sua escola nos arredores de Paris no início deste mês.

Dois outros ataques ocorreram na manhã de quinta-feira, um na França e um na Arábia Saudita.

Um homem foi morto a tiros em Montfavet, perto de Avignon, após ameaçar a polícia com uma arma de fogo. E um guarda foi atacado do lado de fora do consulado francês em Jeddah. Um suspeito foi preso e o guarda encaminhado ao hospital.

A polícia não sugeriu um motivo para o ataque. No entanto, ocorre dias depois de protestos em alguns países de maioria muçulmana, desencadeados pela defesa do presidente francês, Emmanuel Macron, de caricaturas que retratam o profeta Maomé. Houve apelos em alguns países ao boicote de produtos franceses.

O que se sabe sobre o ataque em Nice?

Dois dos que morreram foram atacados dentro da igreja, a mulher idosa e um homem que foi encontrado com a garganta cortada, segundo noticiou a imprensa francesa.

Uma mulher conseguiu fugir para um café próximo depois de ser esfaqueada várias vezes, mas não resistiu aos ferimentos e também morreu.

Posteriormente, foi revelado que uma testemunha havia conseguido avisar à polícia por meio de um sistema de proteção especial instalado pela cidade.

Chloe, uma testemunha que mora perto da igreja, disse à BBC: “Ouvimos muitas pessoas gritando na rua. Vimos pela janela que muitos policiais estavam chegando e tiros, muitos tiros”.

Tom Vannier, um estudante de jornalismo que chegou ao local logo após o ataque, disse à BBC que pessoas choravam na rua.

O ministro do Interior fez um apelo às pessoas para evitarem a área no centro da cidade da Riviera Francesa. Gérald Darmanin disse que estava convocando uma reunião de crise no ministério em Paris.

Um minuto de silêncio foi feito na Assembleia Nacional, onde o primeiro-ministro, Jean Castex, acabara de dar detalhes do novo lockdown que entrou em vigor na noite de quinta-feira.

“Sem dúvida, este é um novo desafio muito sério que está atingindo nosso país”, disse ele, fazendo um apelo por unidade e coesão.

O Conselho Francês da Fé Muçulmana condenou o ataque com a faca de Nice e expressou solidariedade às vítimas e às suas famílias.

O ataque em Nice ocorre quase duas semanas após a morte do prefessor Samuel Paty em uma escola nos arredores de Paris.

Segundo a polícia francesa, Paty foi decapitado por Abullakh Azorov, de 18 anos, por ter mostrado a seus alunos charges do profeta Maomé, figura sagrada no islamismo, como parte de uma aula sobre liberdade de expressão. Azorov foi morto a tiros pela polícia.

Em julho de 2016, Nice foi palco de outro atentado, em maior escala. Um caminhão atropelou diversas pessoas que estavam assistindo à queima de fogos em comemoração ao 14 de Julho, Dia da Bastilha, matando 86 pessoas e ferindo outras 500.

O ataque terminou após uma troca de tiros com a polícia, que matou o condutor, identificado como o tunisiano Mohamed Lahouaiej-Bouhlel, de 31 anos, que morava na França.

 

(*) Com informações da BBC NEWS