Manaus, 18 de maio de 2024
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Votação no Equador começa com filas, apesar de medidas contra aglomeração

Eleitores foram separados em horários alternados, de acordo com número de documento

Votação no Equador começa com filas, apesar de medidas contra aglomeração

Foto: Folhapress

O dia da eleição presidencial no Equador começou com longas filas nos principais centros urbanos e com demoras para a abertura de mesas no interior.

Treze milhões de equatorianos são esperados neste domingo (7) nos centros de votação. Os principais candidatos na disputa são Andrés Arauz, apoiado pelo ex-presidente Rafael Correa, Guilhermo Lasso, de centro-direita, e o líder indígena Yaku Pérez.

Embora as autoridades tenham orientado os eleitores a votar em horários separados -de manhã os que têm o documento de identidade com o final par, e de tarde os que têm em final ímpar-, para evitar aglomerações, nas primeiras horas deste domingo (7) isso não foi cumprido.

“Não dá para pedir isso, nós sempre votamos juntos, depois almoçamos e temos cada um coisas a fazer. Aqui em Quito sempre se procura votar de manhã e junto, porque é preciso se locomover até o local de votação. Separar o voto de cada um atrapalha a família”, diz Nataly Junqueira, 29, em um centro de votação em Quito no subúrbio da cidade.

Ela estava acompanhada do pai, que trabalha num mercado de comida, do marido, que é motorista de táxi e de uma cunhada. Junquera, é garçonete, mas está sem trabalho. Ela cuida dos dois filhos do casal.

“Estamos muito preocupados com o impacto da pandemia na votação. Primeiro por conta dessas dificuldades de manter a distância social nas filas e as aglomerações. Depois, porque há candidatos jogando com o medo da contaminação, o que pode impactar no comparecimento às urnas. Por outro lado, as autoridades devem cumprir as medidas sanitárias para que ninguém se contagie”, contou à Folha o norte-americano David Adler, observador pela organização Internacional Progressista.

O Equador enfrenta um novo aumento de casos de coronavírus, que alguns epidemiologistas já identificam como uma segunda onda. No sábado (6), registrou-se um novo recorde de cifras de contagiados e mortos pelo país. Desta vez, o epicentro dos novos casos é a província de Pichincha, onde está localizada a capital do país, Quito.

Segundo o Ministério da Saúde, houve mais 1.672 pessoas hospitalizadas no sábado, recorde neste ano.

Nos últimos dias, o número de internados pela doença têm estado acima de mil, o que ameaça o sistema hospitalar do país. O Equador atingiu, neste fim de semana, a marca de 15 mil mortos, segundo cifras da Universidade Johns Hopkins.

Há uma preocupação com a contagem dos votos, pois na última eleição presidencial houve um “apagão”, quando o sistema de contagem caiu, e gerou dúvidas sobre se todos os votos haviam sido contabilizados.

Como a diferença entre o vencedor, o atual presidente, Lenín Moreno, e o segundo colocado, Guillermo Lasso, foi muito pequena, este saiu a protestar dizendo que houve fraudes. O voto não é eletrônico no país.

“Seria importante que isso não ocorresse novamente, para não gerar manifestações, que serão negativas para a legitimação do resultado, e podem gerar aglomerações que aumentem o risco de contágios. Por enquanto, estamos reparando que há poucos fiscais dos partidos para acompanhar a contagem. E isso pode ser problemático”, afirma Adler.

(*) Com informações da Folhapress