Manaus, 4 de maio de 2024
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Economia

‘Não estamos aqui para aventuras’, diz Haddad sobre equilíbrio fiscal

Em sua posse, Haddad se comprometeu a enviar, ainda no primeiro semestre, a proposta de uma nova âncora fiscal ao Congresso

‘Não estamos aqui para aventuras’, diz Haddad sobre equilíbrio fiscal

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, assume o cargo em cerimônia no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). (Foto: © Marcelo Camargo/Agência Brasil)

BRASÍLIA – O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), foi empossado e assumiu oficialmente a pasta na manhã desta segunda-feira (2). A cerimônia de transmissão de cargo aconteceu no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília.

Em seu discurso, Haddad firmou o compromisso de enviar, ainda no primeiro semestre, ao Congresso Nacional, a proposta de uma nova âncora fiscal, que organize as contas públicas.

“(Será) Um arcabouço que abrace o financiamento do guarda-chuva de programas prioritários do governo, ao mesmo tempo que garanta a sustentabilidade da dívida pública. Não existe mágica nem malabarismos financeiros. O que existe para garantir um Estado fortalecido é a previsibilidade econômica, confiança dos investidores e transparência com as contas públicas”, disse o ministro.

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“Não estamos aqui para aventuras. Estamos aqui para assegurar que o país volte a crescer para suprir as necessidades da população em saúde, educação, no âmbito social e, ao mesmo tempo, para garantir equilíbrio e sustentabilidade fiscal”, afirmou Haddad.

Combate à inflação

No discurso, o ministro criticou o rombo de cerca de R$ 300 bilhões, deixado pelo governo anterior, apontado pela equipe de transição. “Não aceitaremos um resultado primário que não seja melhor do que os absurdos R$ 220 bilhões de déficit previstos no Orçamento para 2023”, disse Haddad, que afirmou ainda que, além de trabalhar na recuperação das contas públicas, é preciso combater a inflação.

“É preciso fazer o Brasil voltar a crescer com sustentabilidade e responsabilidade. Mas, principalmente, com prioridade social. Com geração de empregos, oportunidade, renda, salários dignos, comida na mesa e preços mais justos”, acrescentou.

Haddad afirmou ainda que o diálogo é a maior ferramenta da política, e o melhor caminho para encontrar o denominador comum dos anseios da população brasileira e do mercado. “Não existe política fiscal ou monetária isoladamente.”

“O que existe é política econômica, que precisa estar harmonizada ou o Brasil não se recuperará da tragédia do governo Bolsonaro. Essa harmonização acontecerá em nossa gestão frente ao Ministério da Fazenda. Podem ter a mais absoluta certeza.”

Carreira

Haddad, que já foi prefeito de São Paulo, ocupou o cargo de ministro da Educação de 2005 até 2012, durante os governos de Lula e Dilma Rousseff (PT). Ele é graduado em direito, mestre em economia e doutor em filosofia, ele é também professor de Ciência Política da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da Universidade de São Paulo (USP).

Perdeu para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PSL na época) durante o pleito de 2018. Haddad também já foi analista de investimento e consultor econômico da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) e Subsecretário de Finanças da prefeitura de São Paulo.

Foi o primeiro ministro a tomar posse, logo depois dele, às 10h30 de hoje, foi a vez do ministro da Casa Civil, Rui Costa e às 14h30 será o ministro da Justiça e Segurança, Flávio Dino.

(*) Com informações do Correio Braziliense