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Brasil

‘Não houve omissão’, diz Damares sobre mortes de yanomamis

O governo federal informou que 570 crianças da etnia Yanomami morreram no período em que Damares foi ministra

‘Não houve omissão’, diz Damares sobre mortes de yanomamis

(Foto: Lula Marques/Agência Brasil)

Acusada de omissão, a ex-ministra Damares Alves, da Mulher, Família e Direitos Humanos, usou uma rede social para se defender da acusação de não ter dado apoio à saúde do povo Yanomami. Imagens divulgadas neste final de semana, nas redes sociais, mostram o descaso com as comunidades indígenas.

“Acompanhei com dor e a tristeza as imagens que estão sendo divulgadas sobre os Yanomami. Minha luta pelos direitos e pela dignidade dos povos indígenas é o trabalho de uma vida. Mas diante de tantas mentiras espalhadas nos últimos dias, preciso esclarecer algumas coisas”, disse Damares.

Damares disse que o Ministério esteve in loco inúmeras vezes para levantar informações e que no auge da pandemia distribuiu cestas básicas. A senadora eleita disse que enviou ofícios aos órgãos responsáveis para solicitar atuação e recebeu relatórios das equipes técnicas, as quais informaram as providências que foram tomadas.

Mas as imagens mostram crianças e idosos em situação de desnutrição extrema correndo risco de morte por contaminação provocado pelo garimpo ilegal e doenças que poderiam ser tratadas. De acordo com dados do Ministério da Saúde, houve aumento das mortes de indígenas na região da terra indígena Yanomami com a gestão de Jair Bolsonaro (PL) e Damares Alves.

Segundo a ex-ministra, o plano passou a ser executado priorizando três áreas indígenas e uma delas, a área Yanomami. “SESAI e a FUNAI trabalharam muito no governo Bolsonaro, não houve omissão”, afirmou.

A ex-ministra de Bolsonaro aproveitou para questionar a política de isolamento dos indígenas. “Está na hora de uma discussão séria sobre isso. Ao invés de perdermos tempo nessa guerra de narrativas e revanchismo, proponho um pacto por todas as crianças do Brasil, de todas as etnias”, disse.

Dados alarmantes

No estado de Roraima foram registrados 373 mortes de indígenas, em 2016; em 2018 foram 371 mortes; em 2019 foram 384; e em 2020, 526, segundo o Datasus.

Os dados sobre mortes de fetos e crianças indígenas por causas evitáveis em Roraima mostram 237 ocorrências do tipo entre 2015 e 2018 – contra 392 nos últimos quatro anos. O número representa um aumento de 65%.

No sábado (21), o Governo Federal informou que 570 crianças Yanomami morreram nos últimos quatro anos e que 11.530 casos de malária foram registrados na TI.

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