Manaus, 22 de março de 2025
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Opinião

José Melo

Nem Picanha, Nem Ovo

Segundo José Melo, as decisões do governo federal na área econômica também impactaram o aumento dos preços, a inflação e a taxa de juros.

Nem Picanha, Nem Ovo

(Foto: CNA/Wenderson Araujo/Trilux)

Por José Melo*

A oferta e o controle do preço dos alimentos têm sido, ao longo da história moderna, um tormento para os governantes e uma agonia para os consumidores, sobretudo aqueles com menor poder aquisitivo.

No Brasil, essa situação se agravou ainda mais a partir de 2020. A desorganização das cadeias produtivas e as dificuldades no escoamento de mercadorias, causadas pela pandemia da COVID-19, deram início a um período de aumento dos preços dos alimentos e de crescimento da inflação.

Hoje, o custo dos alimentos continua subindo, mas agora por outros fatores. Primeiro, pelo aquecimento do mercado internacional, impulsionado pela alta do dólar. Segundo, por fatores climáticos que resultaram na quebra de safra tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil, com secas extremas e inundações descontroladas.

Além disso, decisões do governo federal na área econômica também impactaram o aumento dos preços, a inflação e a taxa de juros. O resultado? Juros na estratosfera, inflação fora de controle e o preço dos alimentos infernizando a vida dos brasileiros. Um cenário desolador.

Infelizmente, não estamos comendo picanha — como prometido em uma recente campanha política — e, pior, nem ovo, já que essa proteína, antes uma alternativa acessível para os mais vulneráveis, sofreu sucessivos aumentos nas últimas semanas.

Professor José Melo, Ex-Governador do Estado do Amazonas.

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