
(Foto: Pelegrine Neto/SSP-AM)
Manaus (AM) – Dados do Mapa nacional da Violência de Gênero revelam que 38% das mulheres no Amazonas já sofreram algum tipo de violência doméstica ou familiar provocada por um homem.
É o que revela uma pesquisa nacional de violência contra a mulher, do Mapa Nacional da Violência de Gênero, plataforma disponibilizada pelo Senado. O dado é superior ao encontrado na pesquisa nacional (30%), mesmo considerando as margens de erro.
Percepção do respeito à mulher
Na mesma pesquisa, 54% das entrevistadas no estado responderam que às vezes as mulheres são tratadas com respeito.

(Foto: Reprodução)
Violência e denúncia
O levantamento também mostrou que, para 78% das questionadas sobre o tema na região, a violência doméstica e familiar contra as mulheres em geral aumentou nos últimos 12 meses.

(Foto: Reprodução)
Liderança
O Amazonas liderou (57%) os índices de violência doméstica contra mulheres no Brasil em 2023.
De modo geral, os estados da Região Norte do Brasil registraram os maiores indicativos de mulheres que declararam ter sofrido ou vivenciado violência doméstica no país.
Depois do Amazonas, aparecem Amapá 56%, Rondônia 55% e Acre, com 54% das mulheres afirmando terem sido vítima de violência doméstica em algum momento da vida, somadas àquelas que disseram ter vivenciado uma situação de violência nos últimos 12 meses; valores bem acima do nacional, 48%.
Os dados são da Pesquisa Estadual de Violência contra a Mulher, lançada em fevereiro, um recorte do levantamento nacional do Instituto Data Senado em parceria com o Observatório da Mulher Contra a Violência, divulgado em 2023.
A chefe da pesquisa, Isabela Lima, que apresentou os dados em uma audiência pública da Comissão de Combate à Violência Contra a Mulher do Senado Federal, explicou que o levantamento considera tanto a mulher que percebe e declara espontaneamente que passou por uma violência, quanto aquelas que negaram ter sofrido violência, mas identificaram essa situação em uma lista de ocorrências oferecida pela pesquisa.
Segundo Isabela Lima, o estado do Acre é o que registra maior discrepância entre a violência vivida e a violência percebida.
“16% das brasileiras declaram que não sofreram violência doméstica, mas passaram por uma das situações de violência listadas pela pesquisa. E a nossa lista nem é exaustiva. É uma lista de 13 situações. No Acre, esse índice sobe para além da margem de erro, 21%. Então, lá, a violência vivida e a violência percebida são mais discrepantes, para pior, do que o restante do Brasil”, explica.
Os dados nacionais da pesquisa mostraram que 89% das brasileiras vítimas de violência relataram a agressão física como o tipo de ataque sofrido. No recorte por unidades da federação, entre as amazonenses e baianas, esse número chega a 93%. Nos demais locais, o índice é similar ao nacional.
A décima edição da pesquisa do Instituto Data Senado também mostrou que 30% das brasileiras já sofreram algum tipo de violência doméstica ou familiar provocada por homem. Fazendo um recorte por unidades da federação, na maior parte delas, esse valor é praticamente o mesmo. A exceção são os estados do Rio de Janeiro, com 36%, de Rondônia, 37%, e do Amazonas, com 38%.
Outro dado importante do recorte por unidades da federação diz respeito ao conhecimento da Lei Maria da Penha. Apenas 24% das brasileiras afirmam conhecer muito sobre esse importante instrumento de proteção às mulheres, com o Distrito Federal alcançando o maior valor, com 33%. Os estados do Piauí, Maranhão, Amazonas registraram os números mais baixos.
Com informações das Agências Senado e Brasil
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